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DIREITOS HUMANOS
Delegação que chega hoje ao Brasil vai discutir a atuação da entidade para os próximos anos no país
Grupo da Anistia vai investigar Diadema
ROGÉRIO SIMÕES
da Reportagem Local
Está prevista para hoje a chegada
ao Rio de Janeiro de uma delegação da Anistia Internacional, vinda de Londres (Reino Unido), que
pretende, entre outros objetivos,
obter informações sobre a violência envolvendo policiais militares
na favela Naval, em Diadema (SP).
O grupo será composto por Fiona Macaulay, responsável por pesquisas da Anistia Internacional envolvendo o Brasil, Julia Rochester,
coordenadora de campanhas voltadas para o Brasil, e Sergio Zamora, coordenador de equipe de desenvolvendo da entidade.
Amanhã a delegação seguirá para São Paulo, onde deverá solicitar
encontros com autoridades do governo do Estado.
Ainda não está definido quanto
tempo a equipe ficará no país.
Além de Rio de Janeiro e São Paulo, os três irão a Recife, Brasília e à
região do Pontal do Paranapanema (SP), onde deverão discutir a
violência no campo.
O Programa Nacional de Direitos Humanos do governo federal,
apresentado em 96, também será
destaque na pauta do grupo.
Prioridade
A visita já estava programada
desde o início do ano, mas ganhou
novo teor depois da divulgação das
imagens de violência policial contra moradores de Diadema e de Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.
Segundo Carlos Idoeta, diretor
da Seção Brasileira da Anistia, a
vinda do grupo servirá para que
sejam definidas as formas de atuação para os próximos anos no Brasil. Recentemente a Anistia Internacional incluiu o país entre suas
regiões prioritárias.
Ele afirma que a entidade, de defesa dos direitos humanos, ainda
tem seu trabalho e sua força muito
concentrados nos países mais desenvolvidos do hemisfério Norte,
onde a sociedade civil é geralmente
mais organizada.
Segundo Idoeta, os países mais
pobres ainda não recebem a atenção de que precisam no campo da
luta em favor dos direitos individuais. ``Onde a voz da Anistia é
mais necessária, ela é mais fraca.''
Nos últimos anos, a entidade enviou ao Brasil representantes do
exterior para acompanhar as investigações de vários casos de violência policial -como na morte
de 111 presos na Casa de Detenção
pela PM paulista ou no confronto
que deixou 19 sem-terra mortos
em Eldorado dos Carajás (PA).
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