São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997.

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SEGURANÇA
Segundo Ministério do Trabalho, a atividade ficou em 2º lugar entre os setores que mais criaram vagas em 96
Paulistano recorre à segurança privada

ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

A preocupação com a segurança tem levado a população de São Paulo a recorrer, cada vez mais, aos serviços de vigilância privada.
Os números mostram o crescimento e a importância do setor de segurança privada em São Paulo.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, a profissão de vigilante ficou em segundo lugar entre os setores que mais criaram vagas no ano passado, na Grande São Paulo. Foram criados 13.953 novos postos para vigias -perdendo somente para os trabalhadores braçais com carteira assinada.
De acordo com a Federação dos Vigilantes de São Paulo, o número de seguranças particulares no Estado cresceu 68,7% nos últimos quatro anos -de 80 mil, em 1993, para 135 mil, em 1996.
O Sesvesp (Sindicato das Empresas de Segurança Privada e Cursos de Segurança de São Paulo) avalia que, nos últimos cinco anos, ocorre um aumento médio anual de 12% no número de empresas de segurança no Estado. Hoje elas somam 286 empresas regularizadas.
O setor, segundo o Sesvesp, movimenta cerca de R$ 840 milhões por ano no Estado. No Brasil, de acordo com o sindicato da empresas, a vigilância privada chega a faturar R$ 3,3 bilhões anuais.
Os dados se referem aos vigilantes registrados e legalizados pela Polícia Federal. No entanto, segundo os sindicatos, há em São Paulo 100 mil clandestinos.
``Esses seguranças clandestinos, sem formação em cursos especializados, não estão preparados para inibir assaltos'', diz o presidente do Sesvesp, José Luiz Fernandes.
Segundo ele, ``a ausência do Estado, em várias ocasiões, em segurança, tem levado a população a procurar a vigilância privada''.
``A falta de uma política de segurança pública e o mau treinamento de policiais resulta na procura, pela população, de uma vigilância mais eficaz e próxima a ela'', afirma o assessor da federação dos vigilantes, Carlos Roberto Silveira.
De acordo com Fernandes, o aumento de vagas no setor pode ser explicado, não só pela crescente procura por segurança privada, mas pela mudança, no ano passado, da carga horária dos vigilantes.
``O sistema de 12 horas de trabalho por 12 horas de folga foi alterado para 12 por 36. Com isso criamos cerca de 20 mil novas vagas.''


Colaborou José Roberto de Toledo, da Reportagem Local
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