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Secretário diz que houve excesso "de lado a lado"
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Governo do Estado de São Paulo, Antonio Angarita, disse ontem que houve excesso da polícia e dos manifestantes
anteontem, durante o confronto
na avenida Paulista.
"Houve excesso, posso imaginar, de lado a lado", afirmou, após
se reunir, no Palácio dos Bandeirantes, com o senador Eduardo
Suplicy (PT) e líderes sindicais.
"Quem controla a lógica da
multidão? Houve excesso de cá,
excesso de lá, e assim por diante",
disse Angarita, para quem "os riscos aumentam em função dos
métodos escolhidos" pelos manifestantes.
O encontro entre o secretário de
Governo e representantes dos
professores, trabalhadores da
saúde e de saneamento foi marcado a pedido de Suplicy.
O senador disse que a intenção
era "estabelecer um diálogo em
termos civilizados" para apresentar as propostas dos grevistas.
"Os representantes também
manifestaram seu protesto, sua
estranheza diante dos fatos ocorridos na Paulista", disse Suplicy.
Participaram da reunião os presidentes da Apeoesp (Sindicato
dos Professores do Ensino Oficial
do Estado de São Paulo), Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores
da Saúde no Estado de São Paulo),
Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio
Ambiente) e Fórum das Seis (que
reúne os trabalhadores da USP,
Unesp, Unicamp, Fatecs e escolas
técnicas).
O secretário Angarita não comentou a possibilidade de as reivindicações salariais serem atendidas. "A promessa é que eu vou
reportar os termos dessa reunião
ao governador Mário Covas." Ele
disse que o encontro não significava uma negociação.
O senador Suplicy pediu que o
governo se manifeste antes do
próximo protesto, marcado para
o dia 25, em frente ao Palácio dos
Bandeirantes. "Houve um apelo
para que, antes da próxima quinta-feira, haja resposta, que será
dada aos representantes das entidades", afirmou. A realização da
manifestação do dia 25 independe, no entanto, de o governo apresentar uma proposta.
Além desse, os líderes sindicais
também vão estudar a realização
de um ato para repudiar oficialmente a atitude da Polícia Militar
anteontem, quando manifestantes ficaram feridos após serem
atingidos por bombas de gás e
efeito moral e balas de borracha.
(ALENCAR IZIDORO)
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