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Advogado nega ser grileiro e vai revender lotes
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Dorival Antonio Biella, que afirma representar duas empresas e ser
dono de uma imobiliária,
negou ontem ser grileiro, como acusam os moradores da
área do Jardim São Carlos.
A área ocupada tem cerca
de 88 mil metros quadrados.
De acordo com Biella, há
cinco anos ele tem em mãos
um mandado de reintegração. "Não agi antes porque
faltava força policial", disse.
Ele não sabia explicar, no
entanto, quantos eram os lotes que pertenceriam a seus
clientes -N. Celestino Cia.
Ltda. e Territorial Morgon.
"Ainda não somei, mas deve
ser uns 92", afirmou. O próprio Biella tem uma imobiliária, a Plantão Imóveis.
Alguns moradores exibiram um recibo, assinado pelo advogado, para comprovar que ele havia negociado
imóveis no local. Os moradores e os deputados que estiveram ontem no local o
acusam de ser grileiro.
Ele, porém, disse que negociou apenas "uns seis terrenos". Para ele, "essas pessoas compraram os lotes
duas vezes e compraram
mal, de pessoas para quem
eu já havia vendido."
Ele foi hostilizado pelos
moradores. Um integrante
do conselho tutelar da criança e do adolescente, que não
quis se identificar, prostrou-se à frente do batalhão de
choque com uma cruz de
madeira e o insultava. "Você
é um excomungado e vai para o inferno", dizia.
Biella, no entanto, não se
importava com os xingamentos. "Essas pessoas são
invasoras", disse. Antes tinha provocado os moradores, acompanhado de 40 policiais: "Eu sou o vitorioso".
Segundo ele, os lotes serão
revendidos.
A maioria dos moradores
mostrava escrituras aos policiais. Quando reconhecia
sua assinatura, o advogado
mandava a polícia liberar
aquela família. Quando notava que a assinatura era de
outra pessoa, autorizava a
retirada dos moradores.
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