São Paulo, sábado, 20 de maio de 2000


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Advogado nega ser grileiro e vai revender lotes

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Dorival Antonio Biella, que afirma representar duas empresas e ser dono de uma imobiliária, negou ontem ser grileiro, como acusam os moradores da área do Jardim São Carlos.
A área ocupada tem cerca de 88 mil metros quadrados. De acordo com Biella, há cinco anos ele tem em mãos um mandado de reintegração. "Não agi antes porque faltava força policial", disse.
Ele não sabia explicar, no entanto, quantos eram os lotes que pertenceriam a seus clientes -N. Celestino Cia. Ltda. e Territorial Morgon. "Ainda não somei, mas deve ser uns 92", afirmou. O próprio Biella tem uma imobiliária, a Plantão Imóveis.
Alguns moradores exibiram um recibo, assinado pelo advogado, para comprovar que ele havia negociado imóveis no local. Os moradores e os deputados que estiveram ontem no local o acusam de ser grileiro.
Ele, porém, disse que negociou apenas "uns seis terrenos". Para ele, "essas pessoas compraram os lotes duas vezes e compraram mal, de pessoas para quem eu já havia vendido."
Ele foi hostilizado pelos moradores. Um integrante do conselho tutelar da criança e do adolescente, que não quis se identificar, prostrou-se à frente do batalhão de choque com uma cruz de madeira e o insultava. "Você é um excomungado e vai para o inferno", dizia.
Biella, no entanto, não se importava com os xingamentos. "Essas pessoas são invasoras", disse. Antes tinha provocado os moradores, acompanhado de 40 policiais: "Eu sou o vitorioso". Segundo ele, os lotes serão revendidos.
A maioria dos moradores mostrava escrituras aos policiais. Quando reconhecia sua assinatura, o advogado mandava a polícia liberar aquela família. Quando notava que a assinatura era de outra pessoa, autorizava a retirada dos moradores.



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