São Paulo, sábado, 20 de maio de 2000


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Irmãs são levadas ao Suriname para trabalhar como prostitutas

DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal do Pará vai investigar denúncia de que mulheres brasileiras estariam sendo aliciadas em Belém (PA) para trabalhar, em cárcere privado, em prostíbulos no Suriname.
Anteontem, duas irmãs, que teriam fugido de um dos bordéis, prestaram depoimento à polícia e relataram a exploração.
Isabel Ineth da Silva, 21, e Ivanete Ineth da Silva, 35, contaram ao delegado Rui Romão, da Polícia Civil de Belém, que receberam uma proposta de uma prima para trabalhar como cozinheiras em uma boate em Paramaribo, capital do país.
Segundo as irmãs, elas descobriram ao chegar no Suriname, em 8 de março, que o trabalho era de prostituição.
Um homem entregou às mulheres um "contrato de trabalho". Entre as cláusulas estaria a que revelava as funções que teriam de exercer.
Isabel e Ivanete declararam que não aceitaram assinar o documento e passaram, de acordo com o depoimento, a ser maltratadas.
Elas disseram que pelo menos outras cem mulheres -brasileiras, na maioria- viveriam na boate. As garotas teriam de pagar uma diária de US$ 100 pela hospedagem na casa, além de arcar com despesas de alimentação.
As irmãs contaram à polícia que aproveitaram um momento de distração dos vigilantes para escapar. Elas teriam pego um táxi e ido à embaixada brasileira em Paramaribo, onde teriam recebido apoio para voltar ao Brasil.
A Agência Folha falou por telefone com a embaixada para confirmar a história. Uma funcionária disse que só na segunda-feira o fato poderia ser esclarecido.
O delegado Romão entregou à PF os depoimentos e o boletim de ocorrência. As apurações começam na próxima semana.



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