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TRÂNSITO
Com rearranjo do horário de viagens, porém, empresa avalia que congestionamentos não têm mais horário específico
CET abandona medidas "duras" de restrição
DA REPORTAGEM LOCAL
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) reconheceu a
perda da eficácia do rodízio de
veículos a partir do primeiro semestre de 2001, quando seus técnicos detectaram uma piora significativa da fluidez na cidade de
São Paulo e apontaram a necessidade de preparar um novo modelo de restrição veicular.
A companhia iniciou um projeto para mudar as regras do atual
rodízio, mas decidiu abandoná-lo
temporariamente.
Atualmente, adotar medidas
"duras" para limitar a utilização
do automóvel é tema proibido na
CET, até mesmo por causa do
desgaste que isso traria ao governo Marta Suplicy.
"Na atual administração, não
haverá nada mais drástico. Está
fora de cogitação adotar um pedágio urbano ou endurecer as regras do rodízio, por exemplo",
afirma Luís Antônio Seraphim,
chefe da assessoria técnica da presidência da CET.
"Paramos de falar sobre essas
coisas. Seria penalizar demais a
população sem oferecer uma contrapartida. Primeiro a gente tem
de estruturar a situação do transporte coletivo", completa.
Férias
O único "endurecimento" do
rodízio feito pela CET até agora
foi a manutenção da medida nas
férias de julho desde 2000. Em
2002, pela primeira vez, a restrição voltou a ser fiscalizada no dia
21 de janeiro, ou seja, antes do fim
das férias escolares.
As alternativas que chegaram a
ser estudadas pela companhia
previam outras mudanças, mais
significativas.
Por exemplo, a ampliação da
área de abrangência do rodízio, limitada atualmente ao centro expandido; a mudança dos horários, hoje restritos aos picos; e até
mesmo a elevação das placas
proibidas de circular diariamente.
Francisco Macena, presidente
da CET, disse à Folha, em março
do ano passado, que a ampliação
da área do rodízio poderia ser feita principalmente na zona sul da
capital, nos bairros de Santo
Amaro e Morumbi.
Horário de pico
Uma das avaliações da CET é
que, após a implantação do rodízio, os congestionamentos aumentaram principalmente aos sábados e nos horários em que a
restrição não é válida.
"Houve um rearranjo das viagens. Antes havia um horário de
pico bem definido. Agora, não há
muita diferença durante o dia inteiro", afirma Seraphim.
Ele diz que a aposta da prefeitura para modificar a atual situação
do trânsito é a nova licitação dos
ônibus, que deve ser concluída no
final deste ano.
"Vamos dar mais espaço e velocidade ao transporte coletivo. E,
privilegiando os ônibus, esperamos que não haja mais migração
ao transporte individual."
Outra intenção da CET, segundo ele, é aumentar a rapidez nas
800 remoções diárias no trânsito
feitas pelos marronzinhos e ampliar os semáforos inteligentes,
hoje limitados a 20% do total e
que controlam os tempos de passagem de acordo com a movimentação de veículos.
Seraphim diz que, em 1976,
quando a frota da capital paulista
era de 1,37 milhão, as ruas e as
avenidas somavam 13 mil km. O
número de veículos, hoje, é de 5,3
milhões, mas a malha viária não
passa de 15,5 mil km.
(ALENCAR IZIDORO)
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