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RIO
Suspeitas agora recaem sobre dois PMs, mas inspetor ainda é acusado de fraudar imagens do circuito interno do campus
Polícia tem 3ª versão para crime na Estácio
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia do Rio tem dois novos
suspeitos de ter baleado no dia 5 a
estudante de enfermagem Luciana Gonçalves de Novaes, 19, no
campus do Rio Comprido (zona
norte) da Universidade Estácio de
Sá. Eles são dois policiais militares
e um já está preso.
É a terceira vez, em duas semanas, que a polícia muda a versão
sobre quem teria disparado o tiro
que perfurou a mandíbula e se
alojou na coluna cervical da jovem. A vítima pode ficar tetraplégica e seu estado é grave, segundo
o Hospital Pró-Cardíaco.
Os novos suspeitos são o soldado Wiliam Andrade de Lucas, do
6º Batalhão, e um PM ainda não
identificado, que trabalha com o
inspetor Marco Ripper, da 16ª DP
(Delegacia de Polícia), na segurança do campus.
O chefe da Polícia Civil, Álvaro
Lins, disse que Lucas estava no
morro do Turano (vizinho à universidade) às 9h45, três minutos
após o crime, e usava uma pistola
.40, mesmo calibre da bala que
acertou a jovem.
O soldado, que deve depor hoje
na DRE (Delegacia de Repressão a
Entorpecentes), está preso desde
o dia 8, sob a acusação de participar de extorsões, sequestros e assassinatos de traficantes do Turano. Ele faz parte do grupo de nove
PMs acusados de matar um traficante e de sequestrar duas pessoas
que estão desaparecidas.
Os novos suspeitos foram apontados depois que a perícia feita na
pistola do inspetor deu negativo
em relação à bala que feriu a estudante. O laudo foi divulgado ontem, enquanto Ripper prestava
depoimento na DRE.
Para Lins, o resultado descarta a
suspeita de que o inspetor tenha
feito o disparo, pelo menos com a
arma que entregou -13 dias depois do ocorrido-, mas não a de
que tenha participado do processo de fraude das imagens do circuito interno de TV do campus.
Hipóteses descartadas
Em duas semanas, a polícia já
apresentou várias hipóteses sobre
a autoria do tiro. A primeira delas
foi que o disparo teria partido de
traficantes do Turano. Ela foi descartada uma semana depois com
a reconstituição do crime e o exame de balística do projétil, que indicaram um tiro a curta distância.
Com isso, a hipótese passou a
ser a de que o tiro foi dado de dentro da universidade, por um traficante, um policial ou um segurança. Dias depois, as suspeitas recaíram sobre Ripper, que só entregou uma parte das fitas com imagens do circuito interno do campus. Ele prestou ontem seu segundo depoimento à polícia. Até a
conclusão desta edição, o depoimento não havia terminado.
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