São Paulo, sábado, 20 de maio de 2006

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GUERRA URBANA/ DE VOLTA À ROTINA

Onda de violência completa uma semana com diminuição nos ataques; atentados a delegacia e a ônibus não deixam vítimas

Estado vive seu dia de maior "tranqüilidade"

DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Estado de São Paulo viveu ontem o dia de maior "tranqüilidade" desde o início das ações criminosas articuladas pelo PCC, oito dias atrás. Dois ônibus, em Campinas e em Santos, foram incendiados, e uma base da Guarda Municipal de São Roque foi atacada. Não houve feridos em nenhum dos casos.
As duas ações ocorreram no dia em que a onda de violência -deflagrada em São Paulo após a transferência para o interior dos líderes da facção criminosa- completou uma semana. Embora haja suspeitas, em nenhum dos casos ficou comprovada a relação com o PCC.
Até anteontem, foram registrados 339 ataques no Estado, com 169 mortos, dos quais 107 eram suspeitos. A Secretaria de Estado da Segurança Pública não divulgou um novo balanço das últimas 24h. "Não teve nenhuma ocorrência nova", afirmou a assessoria de imprensa da pasta.
Ontem, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, afirmou que a atuação intensa da polícia nos últimos dias fez as ações atribuídas ao PCC diminuírem.
A maior demonstração de ousadia, semelhante aos primeiros ataques iniciados na semana passada, ocorreu em São Roque (59 km da capital), na região de Sorocaba. Na madrugada de ontem, homens numa moto dispararam 11 vezes contra a sede da Guarda Municipal local, na antiga estação de trem da cidade. Os tiros atingiram o prédio e quebraram vidros. Os autores fugiram -ninguém foi preso. Segundo a Guarda, o ataque teria ligação com uma apreensão de drogas feita na quarta-feira, quando duas pessoas foram detidas.
Em Campinas, por volta das 21h de anteontem, um ônibus foi incendiado. Segundo testemunhas, oito pessoas, das quais três mulheres, jogaram um galão de combustível dentro do veículo na avenida Marechal Rondon, na favela do Jardim Eulina. Conforme relato de quem presenciou a ação, um dos criminosos era uma menina de cerca de 15 anos de idade, armada com um revólver. Foi o 12º ônibus incendiado em Campinas desde o início dos ataques criminosos. Em reação, as empresas concessionárias do transporte coletivo da cidade fizeram ontem à tarde uma carreata com seis carcaças dos veículos destruídos nos últimos dias com objetivo de cobrar mais segurança. As carcaças foram conduzidas com o auxílio de guinchos.
O terceiro caso ocorreu em Santos, na Baixada Santista, aproximadamente às 20h de anteontem. Um ônibus circular foi queimado no bairro da Alemoa. Apesar de acreditar que seja um ato de vandalismo, a polícia não descartou a possibilidade de ter sido mais um ataque do PCC. A exemplo dos casos anteriores, a polícia não conseguiu identificar e prender os autores do crime.


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