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GUERRA URBANA/ DE VOLTA À ROTINA
Onda de violência completa uma semana com diminuição nos ataques; atentados a delegacia e a ônibus não deixam vítimas
Estado vive seu dia de maior "tranqüilidade"
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Estado de São Paulo viveu ontem o dia de maior "tranqüilidade" desde o início das ações criminosas articuladas pelo PCC, oito
dias atrás. Dois ônibus, em Campinas e em Santos, foram incendiados, e uma base da Guarda
Municipal de São Roque foi atacada. Não houve feridos em nenhum dos casos.
As duas ações ocorreram no dia
em que a onda de violência -deflagrada em São Paulo após a
transferência para o interior dos
líderes da facção criminosa-
completou uma semana. Embora
haja suspeitas, em nenhum dos
casos ficou comprovada a relação
com o PCC.
Até anteontem, foram registrados 339 ataques no Estado, com
169 mortos, dos quais 107 eram
suspeitos. A Secretaria de Estado
da Segurança Pública não divulgou um novo balanço das últimas
24h. "Não teve nenhuma ocorrência nova", afirmou a assessoria
de imprensa da pasta.
Ontem, o comandante-geral da
Polícia Militar, coronel Elizeu
Eclair Teixeira Borges, afirmou
que a atuação intensa da polícia
nos últimos dias fez as ações atribuídas ao PCC diminuírem.
A maior demonstração de ousadia, semelhante aos primeiros
ataques iniciados na semana passada, ocorreu em São Roque (59
km da capital), na região de Sorocaba. Na madrugada de ontem,
homens numa moto dispararam
11 vezes contra a sede da Guarda
Municipal local, na antiga estação
de trem da cidade. Os tiros atingiram o prédio e quebraram vidros.
Os autores fugiram -ninguém
foi preso. Segundo a Guarda, o
ataque teria ligação com uma
apreensão de drogas feita na
quarta-feira, quando duas pessoas foram detidas.
Em Campinas, por volta das 21h
de anteontem, um ônibus foi incendiado. Segundo testemunhas,
oito pessoas, das quais três mulheres, jogaram um galão de combustível dentro do veículo na avenida Marechal Rondon, na favela
do Jardim Eulina. Conforme relato de quem presenciou a ação, um
dos criminosos era uma menina
de cerca de 15 anos de idade, armada com um revólver. Foi o 12º
ônibus incendiado em Campinas
desde o início dos ataques criminosos. Em reação, as empresas
concessionárias do transporte coletivo da cidade fizeram ontem à
tarde uma carreata com seis carcaças dos veículos destruídos nos
últimos dias com objetivo de cobrar mais segurança. As carcaças
foram conduzidas com o auxílio
de guinchos.
O terceiro caso ocorreu em Santos, na Baixada Santista, aproximadamente às 20h de anteontem.
Um ônibus circular foi queimado
no bairro da Alemoa. Apesar de
acreditar que seja um ato de vandalismo, a polícia não descartou a
possibilidade de ter sido mais um
ataque do PCC. A exemplo dos
casos anteriores, a polícia não
conseguiu identificar e prender os
autores do crime.
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