São Paulo, sábado, 20 de maio de 2006

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INFÂNCIA

Dois delegados de Curitiba estão entre os detidos

Paraná prende 11 policiais acusados de exploração sexual de crianças

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Onze policiais civis do Paraná foram presos ontem sob acusação de integrarem uma rede que explorava, em Curitiba, o comércio sexual de meninas de 10 a 12 anos, extorquindo pedófilos. Há dois delegados entre os presos. A ordem de prisão foi baseada em investigação de um mês da Corregedoria da Polícia Civil.
Foram 14 os mandados de prisão contra policiais. Três não haviam sido cumpridos ontem. Luciana Polerá Correia Cardoso, 21, suposta agenciadora do esquema, está foragida. O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, disse que a investigação se estendeu aos clientes de Luciana, mas não informou se há uma relação de suspeitos.
Por envolver crianças, o caso está sob sigilo judicial. Delazari usou esse argumento para preservar a identidade dos policiais. Mas listou formação de quadrilha, estupro, atentado violento ao pudor, exploração sexual e comercial infanto-juvenil, corrupção de menor e concussão [extorsão] como os crimes praticados.
De acordo com a investigação, a suposta agenciadora prometia dinheiro a meninas pobres que aliciava em escolas da periferia. Na outra ponta, fazia buscas de homens em chats na internet. O perfil mais visado era dos que tinham mais de 50 anos. Ela também mantinha um site de prostituição, que a polícia tirou do ar.
Os clientes eram atraídos para motéis, hotéis ou ao apartamento da agenciadora. Quando se encontravam com as meninas, havia uma batida policial. Ao final, exigiam de R$ 5.000 a R$ 30 mil para não realizar prisão em flagrante. Delazari disse que a maioria dos ""flagrados" pagou a propina para se livrar do inquérito.


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