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MEDICINA PRIVADA
Reajuste está acima da inflação registrada nos últimos 12 meses -que foi de 4,63%, segundo o IPCA
Planos de saúde terão aumento de 8,89%
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A Agência Nacional de Saúde
(ANS) definiu o reajuste anual
dos planos de saúde individuais
-com ou sem dependente- em
8,89%. O índice vale para os contratos assinados depois de 1999,
ou os anteriores que não possuem
base de reajuste definido (IGP-M,
por exemplo) ou que se adaptaram à lei de regulamentação dos
planos de saúde de 1999.
O aumento está acima da inflação registrada nos últimos 12 meses, que foi de 4,63%, segundo o
IPCA (Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo).
O índice altera o valor do plano
de saúde de 6 milhões de segurados, cerca de 14% do total de beneficiários. O reajuste é o menor
dos últimos três anos. Em 2004, a
mensalidade foi reajustada em
11,75% e, no ano seguinte, em
11,69%. O aumento só pode ser
efetivado a partir da data de aniversário do contrato firmado entre a operadora e o segurado.
De acordo com o diretor-presidente da agência, Fausto Pereira
Santos, o aumento foi menor do
que nos anos anteriores porque os
contratos de remuneração dos
médicos já estão definidos.
"Nestes últimos 12 meses, as
operadoras não passaram por essa negociação", aponta. Santos indica ainda a queda do dólar como
mais um motivo para o reajuste
menor. Para o diretor-presidente,
a tendência é de queda nos próximos anos.
Para a advogada do Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Lumena Sampaio, o
reajuste é "mais uma vez" injusto.
Sampaio usa como argumento diversos índices de inflação, que registraram um percentual menor
que o permitido pela ANS. "A
ANS continua autorizando índices acima da inflação do período",
adverte Sampaio. Desde o início
dos reajustes estipulados pela
agência, em 2000, o aumento total
foi de 79,87%. No mesmo período, o IPCA foi de 61,25%.
Além disso, a advogada aponta
que os segurados das operadoras
que firmaram termo de compromisso com a agência -e terão o
aumento definido em julho e não
seguem esse reajuste- devem
amargar uma variação ainda
maior, como vem acontecendo
desde 2000. "São as maiores operadoras que assinaram o termo de
compromisso", explica a advogada. Em alguns casos, segundo ela,
o aumento nos últimos cinco
anos em empresas que assinaram
o termo de compromisso com a
agência foi de cerca de 93%.
Cálculo
O cálculo para chegar ao reajuste dos planos individuais tem como base a média da variação no
preço de contratos coletivos
-que não são definidos pelo governo-, obtidos na negociação
dos últimos 12 meses entre as operadoras e empresas, associações e
sindicatos. Para a ANS, o cálculo
"procura conferir aos planos contratados por pessoas físicas o poder de negociação que os contratos coletivos naturalmente têm".
A advogada do Idec questiona o
argumento da ANS. Sampaio
aponta que muitas associações
são formadas apenas para firmar
contratos coletivos, não tendo
força para negociar com as operadoras. Ela defende reajustes com
base nos índices de inflação, como foi feito em 2000.
O reajuste definido não vale para três tipos de contratos. Os assinados antes de 1999 que possuem
taxa de reajuste definido (como
IGP-M), ou os anteriores ao mesmo ano que integram as operadoras que assinaram termo de compromisso com a ANS. Esses planos terão reajuste definidos em
julho. Contratos com planos exclusivamente odontológicos não
seguem o reajuste da ANS.
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