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SEGURANÇA
Traficante conhecido como Chapolim, preso em Bangu 1, no Rio, aparece em gravações vendendo drogas à facção paulista
Comprador de míssil negociou com PCC
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
O traficante do Rio flagrado em
grampo telefônico negociando a
compra de um míssil antiaéreo
Stinger é um fornecedor de drogas para o PCC (Primeiro Comando da Capital) de São Paulo.
O nome de Marcos Marinho
dos Santos, conhecido como Chapolim, aparece no organograma
da facção criminosa paulista divulgado no mês passado pela polícia após a interceptação de 470
horas de conversas telefônicas.
Assim como no Rio, policiais e
promotores de São Paulo monitoraram centrais telefônicas do PCC
e montaram um organograma a
partir das conexões descobertas.
Chapolim pertence à quadrilha
do traficante Fernandinho Beira-Mar. Ambos são ligados ao Comando Vermelho e cumprem pena no presídio de Bangu 1, no Rio,
de onde partiu a ligação para encomendar o míssil Stinger, conforme o Ministério Público fluminense. Não se sabe se a arma chegou a ser entregue. O míssil é supostamente usado pela organização terrorista Al Qaeda.
A Promotoria de São Paulo diz
que o nome do traficante foi incluído no organograma, porque
ele foi flagrado nas gravações negociando drogas com o PCC.
Além dele, há outros dois cariocas
na hierarquia: um está preso em
Bangu 1 -Márcio José Guimarães, o Tchaca- e o outro, Marcelo, não foi identificado.
""Há contatos e operações criminosas entre as duas organizações", afirmou o promotor Márcio Sérgio Christino, do Gaeco
(Grupo de Atuação Especial de
Repressão ao Crime Organizado).
Em outro trecho do grampo
paulista, Reginaldo de Almeida
Danelucci, o Neguinho, negociou
por celular, de sua cela na Penitenciária do Estado (SP), a venda
de fuzis AR-15 que viriam do Paraguai para um membro do CV.
Coincidência ou não, Chapolim
aparece no grampo do Rio tentando comprar um míssil e equipamentos de comunicação de um
contrabandista de São Paulo, o
Rubinho, ainda não-identificado.
Não se sabe ainda por que as
duas facções se aproximaram para o comércio de drogas -do Rio
para São Paulo- e a venda de armas -de São Paulo para o Rio.
A aliança surgiu com a transferência de dois presos fundadores
do PCC para o presídio de Bangu
1, no ano passado: José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto
Roris da Silva, o Cesinha.
Segundo a Folha apurou, investigações da polícia e Promotoria
mostram que Geleião e Cesinha
recebiam ""mesada" do CV enquanto estavam em Bangu 1. A
facção fluminense gastou R$ 400
mil por mês com os salários de
seus líderes e aliados do PCC.
Em troca, o PCC garantiria a vida de integrantes do CV presos
em São Paulo, como a do braço
direito de Beira-Mar, Leomar de
Oliveira Barbosa, também flagrado no grampo fluminense. Barbosa falava com Bangu 1 da prisão de Presidente Venceslau.
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