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UNIVERSIDADES
De 1995 a 2000, houve queda de 72% no volume de investimentos e crescimento de 26% no número de vagas
Federais perdem verba, mas ampliam acesso
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de uma queda de 72% no volume de investimentos e 17% a menos na quantidade de recursos para manutenção, as universidades federais conseguiram
aumentar de 88 mil para 112 mil as vagas oferecidas por meio de processos seletivos, de 1995 a 2000. Um crescimento de 26%.
As informações fazem parte de
levantamento de indicadores de
desempenho, divulgado ontem e
elaborado pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das
Instituições Federais de Ensino
Superior).
Segundo o presidente da entidade, Mozart Neves Ramos, a pesquisa tem por objetivo aumentar
a "transparência" para a sociedade do que acontece no meio acadêmico. Além disso, ressalta, os
números servirão de banco de dados para reivindicação de maior
verba orçamentária do governo
nos próximos anos.
Os 52 dirigentes que compõem
a Andifes se reúnem hoje em Brasília para estudar propostas de
emendas para custeio das instituições. A proposta da Sesu (Secretaria de Ensino Superior) é aumentar em R$ 100 milhões o valor de
manutenção das universidades na
Lei de Diretrizes Orçamentárias,
atualmente em discussão na Câmara dos Deputados.
A Sesu fechou o ano de 2001
com um gasto de R$ 420 milhões
no custeio das instituições de ensino superior. O secretário Francisco Cesar estabeleceu a proposta de R$ 512 milhões para o Orçamento do ano que vem.
Ramos estima que o déficit de
professores atualmente esteja em
torno de 7.000 vagas. Na área técnico-administrativa, a falta de
funcionários chega a 20 mil.
Os resultados mostram, segundo o professor, que a universidade brasileira cresceu neste período, mesmo com a carência de verbas e recursos humanos.
Entre 1995 e 2000, as verbas obtidas pelas próprias universidades, basicamente por meio das fundações, passaram de R$ 518,5 milhões para R$ 459,2 milhões.
Contratos temporários
O levantamento da Andifes
mostra um aumento de 404% nos
valores gastos em contratos temporários nas instituições de ensino superior. Foram R$ 16,2 milhões em 1995 e R$ 81,7 milhões
em 2000.
No mesmo período, o número
de concursos para professores e
técnicos caiu de 440 para 71 e de
496 para 2, respectivamente.
A pesquisa possui apenas dados
quantitativos. Ou seja, não é possível afirmar ainda quais áreas de
ensino apresentam maior deficiência de docentes ou servidores
administrativos.
Segundo a Secretaria de Ensino
Superior do MEC, há, hoje, 8.000
professores temporários, de um
total de 40 mil na rede de ensino
superior do país.
Pós-graduação
A área de pós-graduação foi utilizada pelo presidente da Andifes
como referência da melhoria da
universidade pública. Houve um
aumento de 4.000 dissertações de
mestrado em 1995 para 9.700 em
2000. No mesmo período, as teses
de doutorado cresceram de 597
para 2.100.
Enquanto o número de professores com mestrado caiu de 17,4 mil, em 1995, para 16,4 mil, em 2000, a quantidade de docentes com doutorado apresentou aumento de 57%, de 10,3 mil para 16,2 mil.
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