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USP abre canal para negociar fim de greve de alunos
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um novo canal de negociação foi aberto ontem entre a reitoria da USP, a congregação da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e estudantes para tentar encerrar a greve de alunos.
Até ontem, as negociações estavam sendo feitas entre a reitoria e
a direção da FFLCH, sem a participação dos estudantes, que exigem a contratação de professores.
A idéia do novo canal foi proposta por uma comissão de professores notáveis, entre os quais a filósofa Marilena Chauí e o geógrafo Aziz Ab'Saber, além de representantes da Adusp (Associação dos Docentes da USP), da direção da FFLCH e dos alunos.
O vice-reitor Hélio Nogueira da
Cruz, que recebeu a comissão ontem à noite, disse que se reuniria
na manhã de hoje com o reitor
Adolpho José Melfi para definir a
data da primeira reunião dessa comissão tripartite, que pode acontecer amanhã ou na próxima segunda-feira. Melfi estava ontem em Brasília.
Para Marilena Chauí, a criação desse novo canal é um avanço nas
negociações porque os alunos estavam sem interlocutores. Para
ela, é fundamental que essa comissão estabeleça uma agenda
em que conste uma política de contratações.
Marilena leciona para duas turmas de filosofia, cada uma com
150 alunos. Segundo ela, a situação está insustentável. "Há um
despreparo cultural e político da administração da USP para lidar com a FFLCH."
O estudante Antonio David, representante dos alunos da FFLCH, afirmou que, dependendo do resultado das negociações dessa nova comissão, a greve pode chegar ao fim.
Na tarde de ontem, cerca de 1.200 estudantes participaram de um ato público em favor da contratação de mais professores para a faculdade, organizado pela Adusp.
O crítico literário Antonio Candido, que estudou na FFLCH entre 1937 e 1941, disse que o ato foi importante para "sensibilizar a sociedade e para que sejam atendidas as reivindicações justas dos estudantes".
Depois do ato, os alunos seguiram em passeata até a sede da reitoria onde aconteceu a reunião com o vice-reitor. Um carro da Rede Globo teve os dois pneus furados pelos estudantes. Houve tentativa de subir no teto do prédio da reitoria, mas a Guarda Universitária impediu o ato.
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