São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 2006

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Depoimentos

Moradores dizem não saber os resultados

DA REPORTAGEM LOCAL

Alguns moradores da Vila Carioca dizem que se submeteram aos exames em 2003 e que até agora não conseguiram ver o resultado das análises. "Cansei de ir ao posto para cobrar o resultado", diz a moradora Izabel Vendrame, 44. Ela, que vive há 36 anos na região, sente tonturas e tem problemas de pele.
"Já gastei muito dinheiro com consultas e médicos, mas nada deu resultado. É horrível ter de sair na rua com blusa de manga comprida para cobrir as manchas."
Sua maior preocupação, porém, é com o filho de 9 anos. "Ele bebeu muita água do poço contaminado." Segundo Izabel, várias crianças da área têm problemas respiratórios. "Tenho medo de vir a descobrir, no futuro, que meu filho tem câncer."
O presidente da Associação Reviva Vila Carioca, Esmeraldo Feitoza Lima, 59, também afirmou não ter recebido resultado. "Somos sempre os últimos a saber." Ele diz que deseja apenas que a Shell seja condenada. "Indenização já é utopia."
O vice-presidente da Associação SOS Vila Carioca, Marcelo Guirão, afirma que o relatório é a prova definitiva e desmente as alegações da Shell de que não houve contaminação.
""Não há mais como negar que existe conexão. Tem muita gente doente e morrendo. O relatório abre caminho para entrarmos na Justiça", diz ele, que mora ao lado do terreno.
Segundo a coordenadora de saúde da região sudeste, Edjanne Torreão, "todos que foram ao posto [Joaquim Rossini] receberam o resultado dos exames." Ela afirma que, em dois meses e meio, o atendimento do PSF (Plano de Saúde da Família) deve começar na Vila Carioca.
"Já iniciamos a identificação de um imóvel no local. E a Unifesp [Universidade Federal de São Paulo] será nossa parceira."


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