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Dieta baseada na genética define o tipo de alimentação
Uma dieta feita de acordo
com os genes do paciente. Em
poucos anos, acreditam os especialistas, quem sofre de sobrepeso ou obesidade terá um
tratamento tão personalizado
que a orientação alimentar levará em conta cada falha genética do organismo no acúmulo
de gordura. Chamada de "dieta
genética", ela também poderá
prevenir doenças como diabetes, hipertensão e câncer.
Hoje, médicos sabem que falhas genéticas são responsáveis
pela grande maioria dos casos
de obesidade e, desde 1994,
quando foi descoberto o primeiro gene ligado à doença,
mais 50 foram identificados.
"Existem vários defeitos genéticos que podem desencadear a
doença", diz a endocrinologista
da Universidade Federal de São
Paulo, Maria Tereza Zanella.
Um exemplo diz respeito à
leptina, uma substância que
chega ao cérebro e ordena que o
corpo gaste mais energia quando há excesso de calorias, além
de causar a perda de apetite.
"Há pessoas que têm defeitos
na fabricação, na condução ou
na recepção da leptina, o que
faz com que o organismo não
reaja da forma como deveria",
afirma. "Esses defeitos ocorrem nos genes e podem ser descobertos com testes genéticos."
É também por causa dos genes que algumas dietas dão certo para uma pessoa e não funcionam para outra. "Tem gente
que come menos carboidrato e
emagrece, outra que só perde
peso se reduzir proteína.Tudo
depende do metabuloma de cada um -características genéticas responsáveis pela produção
de enzimas que fazem o metabolismo funcionar", explica
Mariano Zalis, especialista em
biologia molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Por enquanto, descobrir qual
a melhor alimentação para cada um depende de tentativas.
No futuro, dizem os especialistas, testes de sangue mostrarão
as características dos genes e
apontarão para o melhor caminho. "Conhecendo as diferenças genéticas, saberemos se o
paciente tem falha em alguma
enzima ou apresenta problemas para absorver carboidrato,
por exemplo. Com base nisso,
será possível fazer uma dieta
personalizada ou indicar algum
medicamento específico."
O endocrinologista Alfredo
Galebe lembra que em alguns
países da Europa e nos Estados
Unidos, a dieta genética já é indicada para crianças como prevenção da obesidade e até de
doenças cardíacas. "Mas não
podemos nos esquecer que a
má-alimentação também causa
obesidade. Se um paciente tem
problema em algum gene e come pouco, engordará menos. Se
come muito, engordará mais."
(DT)
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