São Paulo, sábado, 20 de agosto de 2011

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Brasileiros protagonizam crime nos EUA

Pedreiro de Minas Gerais é suspeito de matar casal de Santa Catarina e filho dos dois, um garoto de sete anos

Como os corpos ainda não foram localizados, defesa diz que vítimas, sumidas desde 2009, podem estar em "férias"

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Um pedreiro brasileiro está sendo julgado desde segunda-feira por triplo homicídio nos EUA. A Justiça poderá condená-lo à morte.
Valdeir Gonçalves dos Santos, 30, está preso desde fevereiro do ano passado sob a suspeita de ter matado o empreiteiro Vanderlei Szczepanik, a mulher dele, Jaqueline (ambos de 43 anos), e o filho do casal, Christopher, 7.
O crime, segundo os policiais que investigaram o caso, ocorreu em 17 de dezembro de 2009, em Omaha, no Estado de Nebraska.
Um colega de Santos, José Carlos Coutinho, 37, também é acusado pelo triplo homicídio, mas seu julgamento não foi marcado. Eles negam o crime. O júri deve durar duas semanas, diz o Itamaraty.
A denúncia da Promotoria está baseada no depoimento das mulheres dos réus. Patrícia Coutinho e Vanderlúcia Santos disseram à polícia dos EUA que seus maridos torturaram e esquartejaram as vítimas. Seus corpos, que nunca foram achados, teriam sido jogados no rio Missouri.
"Acho que elas perceberam a gravidade do caso e resolveram falar", disse Tatiane Klein, 28, filha do primeiro casamento de Jaqueline.
Em princípio, a polícia trabalhava com a hipótese de desaparecimento. Porém, em fevereiro do ano passado, imagens do circuito interno de um supermercado flagraram os dois acusados e um amigo deles, o também pedreiro Elias Lourenço, 29, fazendo compras com um cartão de Szczepanik.
Em abril deste ano, Elias foi deportado para o Brasil porque a polícia não tinha provas que o incriminavam.
Há duas hipóteses para o crime: os suspeitos queriam roubar a família Szczepanik, de quem eram empregados, ou tiveram um desentendimento com o patrão deles.
O catarinense Vanderlei Szczepanik e sua mulher se mudaram para os EUA em 1998. Lá, montaram uma construtora na Flórida. Em 2009, a família Szczepanik foi para Nebraska para construir um centro para a formação de missionários da Assembleia de Deus, igreja da qual eram membros.
Os suspeitos se conheceram na infância em Ipaba (MG) e estavam ilegais.

OUTRO LADO
Parentes dos réus negam que eles praticaram o crime. "As mulheres deles disseram isso porque queriam se separar", disse Maria Gonçalves, 51, mãe de Santos.
Em uma audiência, os defensores de Santos afirmaram que as vítimas estavam em uma viagem de férias. A Promotoria contestou dizendo que na casa da família estavam objetos pessoais.


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