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Falta de qualificação é problema
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Para professores, a inclusão de
sociologia e filosofia na grade curricular do ensino médio é uma
forma de valorizar as ciências humanas. No entanto, segundo eles,
a falta de profissionais qualificados pode prejudicar a aceitação
da medida pelos alunos.
Para o professor Rubens Barbosa de Camargo, do Departamento
de Administração Escolar e Economia da Educação da USP (Universidade de São Paulo), as disciplinas proporcionarão aos alunos
um patamar fundamental na formação. "Acho que, participando
dessas aulas, os alunos entrariam
mais preparados na faculdade e
teriam formação melhor para serem bons cidadãos e terem uma
visão mais elaborada do mundo."
Segundo o professor Paulo Ghiraldelli Júnior, da Faculdade de
Filosofia da Unesp (Universidade
Estadual Paulista) de Marília, a
aprovação do projeto é uma vitória, após 30 anos de luta. "São dois
campos que consideramos patrimônio universal e que estavam
sendo deixados de lado."
Para Murilo Cesar Soares, professor de sociologia da Faculdade
de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp de Bauru, se as
disciplinas não forem relacionadas ao curso de forma adequada,
pode surgir uma aversão dos alunos a elas. "Vejo com bons olhos
toda valorização das ciências humanas, mas, se você é obrigado a
fazer isso e não tem o professor
habilitado, o ensino da disciplina
fica comprometido", afirma.
Para Soares, há poucas faculdades de filosofia no Brasil, e isso faz
com que exista um número reduzido de professores preparados
para ensinar a disciplina.
Segundo o professor de filosofia
e ética da Unesp de Bauru Clodoaldo Meneguello Cardoso, a
medida significa um resgate histórico do processo de reflexão crítica. Para ele, o desafio agora é
preparar os professores para desenvolver o ensino dessas disciplinas no novo contexto em que elas
se inserem, no mundo tecnológico e globalizado de hoje.
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