|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Captura de Linho é a nova prioridade
DA SUCURSAL DO RIO
No tráfico de drogas, o ditado
"rei morto, rei posto" é aplicado à
risca: com a prisão de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, já há
um sucessor para comandar seus
negócios no complexo do Alemão
e um novo traficante a merecer o
título de "mais procurado pela
polícia".
O principal alvo da ação policial
agora é Paulo César Silva dos Santos, o Linho, chefe da facção criminosa TC (Terceiro Comando),
rival do CV (Comando Vermelho), facção de Elias Maluco.
Linho controla 12 das 15 favelas
que integram o complexo da Maré e domina o complexo de Acari,
ambos na zona norte. Além de
atuar no varejo, Linho fornece
drogas às favelas do TC. É considerado pela polícia o traficante
mais bem armado do Estado.
Negócio de alta rotatividade, o
tráfico nunca pára. Com as mortes ou prisões dos líderes, gerentes
de segundo ou terceiro escalão
ocupam o lugar dos chefes.
Levantamento feito pela Folha
em cinco morros do Rio mostrou
que, enquanto nos anos 80 um gerente do tráfico durava 35 meses
no comando de uma favela, nos
últimos dez anos o período de comando caiu para 13 meses.
A sucessão, após mortes e prisões, ocorre normalmente com a
chegada de uma nova geração de
traficantes, mais jovens e violentos que os antigos.
Elias Maluco, um traficante do
terceiro escalão na favela de Vigário Geral, ascendeu com a morte
de Flávio Negão, em 1995. Assumiu o comando na favela e ganhou poder até se tornar homem
de confiança de Márcio Soares
Nepomuceno, o Marcinho VP,
chefe do tráfico no Alemão. Com
a prisão de Marcinho, em 1996,
Maluco se tornou seu homem
mais "operacional" nas ruas.
Agora, com a prisão do próprio
Elias, um novo traficante ascende
dos escalões inferiores: o gerente
identificado como Alexandre, o
Grande.
"Mal prendemos um, aparece
outro. Mal morre um, outro aparece. Sabemos que a rotatividade
é grande. Enquanto houver consumo, o negócio do tráfico vai
continuar", afirmou o delegado
Ricardo Hallack, diretor da Draco
(Delegacia de Repressão ao Crime
Organizado).
(FERNANDA DA ESCÓSSIA E MÁRIO HUGO MONKEN)
Texto Anterior: Suposta proteção é investigada Próximo Texto: PM é alijada das investigações Índice
|