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BARBARA GANCIA
O que fazer com "Freddy Seashore"?
No site que mantenho no
UOL, que, aliás, dileto leitor, você deveria visitar de tempos
em tempos (o endereço está aí ao
lado), coloquei na seção "Sardinha da Barbara" uma provocação para ver como as pessoas reagiriam. Sugeri que Fernandinho
Beira-Mar ou "Freddy Seashore",
como é chamado pela imprensa
norte-americana, fosse embrulhado para presente e entregue
aos americanos, que estão loucos
para colocar as garras nele.
Levante a mão se você achou a
proposta animadora. Bem, eu lamento informar ao leitor que está
de braço erguido que a sua empolgação foi em vão. Não existe a
menor hipótese de encontrar uma
brecha na lei que possibilite a extradição de um brasileiro.
Trata-se de uma questão de soberania nacional. Basta lembrar
da alemã Olga Benário, extraditada por Getúlio e assassinada
pelos nazistas, para entender que
Fernandinho Beira-Mar é um
problema nosso e que nós é que
devemos encontrar um jeito de lidar com ele. Não há como nos furtarmos da responsabilidade. Ora,
se nem mesmo Ronald Biggs pôde
ser devolvido à Inglaterra por
conta do status de ser pai de um
brazuca, imagine extraditar o nacionalíssimo sr. Beira-Mar. Seria
admitir que nos deixamos abater
por coisicas como não sermos capazes de impedir a entrada de armas e telefones celulares em presídios de segurança máxima.
O que devemos fazer então com
Beira-Mar? Chegar ao cúmulo de
construir um presídio só para ele,
como os colombianos fizeram
com Pablo Escobar?
Permita-me tergiversar um segundo: você notou, caro leitor,
que o Elias Maluco foi capturado
na vizinhança dele? Por que não
fugiu para o interior do Piauí? E
Beira-Mar, como consegue contrabandear até caviar beluga para dentro do presídio, mas não
pensa em dar no pé? Algo me diz
que ficar de molho por um tempo
faz parte do jogo. Deve ser medida profilática. Sim, pois Fernandinho Beira-Mar aposta, como
Elias Maluco já apostou e saiu lucrando, na impunidade. Aliás, todos nós já aceitamos a impunidade como fato natural da vida.
Veja essa lei sem pé nem cabeça
que quer proibir a criação e venda de cães pit bull, mastim e rottweiler. Feita de qualquer jeito, ela
pretende resolver o problema da
maneira mais fácil e ainda encara a impunidade como "fait accomplit", dando mais uma cacetada na nossa sovada legislação
ordinária.
E com o Beira-Mar, a gente faz o que mesmo?
QUALQUER NOTA
Alma perdida
Para os que fazem força para se aproximar da fé, a pior notícia da semana foi a descoberta de que a "experiência extracorporal", a sensação descrita por pessoas que estiveram perto da morte como sendo o momento em que a consciência se separa do corpo, nada mais é do que uma falha no sistema sensorial. A busca pelo paradeiro da alma continua.
Memória fresca
Pegaram Elias Maluco. Agora só falta capturar Osama bin Laden. E o promotor Igor.
Explode coração
Quanto mais fazem as contas, mais os petistas ficam completamente eufóricos.
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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