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ESTRADAS
Órgão quer novos estudos sobre o impacto que a concessão das vias federais para a iniciativa privada terá sobre o valor do pedágio
TCU suspende privatização de rodovias
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TCU (Tribunal de Contas da
União) suspendeu o processo de
privatização de rodovias federais.
O órgão quer que os estudos econômico-financeiros sejam refeitos, para evitar choque tarifário
na cobrança de pedágio.
O processo de privatização, parado desde dezembro de 2000, havia sido retomado no dia 5, com o
anúncio do prosseguimento da licitação para dois trechos: BR-153
(da divisa entre São Paulo e Minas
Gerais até a divisa entre São Paulo
e Paraná) e BR-393 (da divisa entre Minas Gerais e Rio até o entroncamento com a Dutra).
A venda de sete lotes de rodovias federais, com aproximadamente 2.610 km, se arrasta há
quase quatro anos. A privatização
-concessão para a iniciativa privada, que cobra o pedágio- inclui a Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba) e a Fernão Dias (São
Paulo-Belo Horizonte).
A principal preocupação do
TCU ao suspender o processo é o
valor a ser cobrado nos pedágios.
Para os técnicos do órgão, a correção das tarifas de pedágio "a partir de quaisquer índices de preços
ou custos" poderá "onerar os
usuários com tarifas majoradas,
durante 25 anos de concessão".
Essa também é uma preocupação de parte da equipe técnica do
governo. Projeções feitas por técnicos do Ministério dos Transportes mostram que, caso a rodovia Régis Bittencourt fosse privatizada sem modificações no edital, o pedágio seria equivalente a
R$ 6,80 a cada 100 quilômetros.
Segundo a Folha apurou, houve
divergência dentro do governo
entre os que queriam refazer todo
o processo de privatização e os
que pretendiam reiniciar logo o
processo, para que as obras de recuperação fossem feitas pela iniciativa privada, já que o governo
não tem recursos.
A decisão final foi recomeçar a
privatização com dois trechos de
pista simples (menos polêmicos)
e refazer os outros editais. Agora,
com a decisão do TCU, tudo foi
suspenso e os estudos terão de ser
refeitos em todos os lotes.
O Ministério dos Transportes
informou, por meio da assessoria
de imprensa, que não iria se manifestar porque ainda não havia
sido informado oficialmente.
Em dezembro de 2000, quando
o processo foi suspenso pela primeira vez, as principais irregularidades tratavam dos critérios para
saber quantos veículos iriam deixar de circular com os pedágios
-isso influi no cálculo da tarifa- e do capital mínimo exigido
para participar da licitação -o
TCU o considerou muito alto.
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