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Falha em túneis é de fácil correção, afirma consórcio
Empresas dizem que causas do erro ainda não estão sendo investigadas e estima terminar os ajustes em até três semanas
Para Consórcio Via Amarela, não há no contrato com o Metrô justificativa para
que uma falha desse tipo possa resultar em multas
DA REPORTAGEM LOCAL
O Consórcio Via Amarela diz
que a falha no encontro de túneis da linha 4-amarela "é de
fácil correção" e que não haverá
impactos no prazo da obra.
As empreiteiras dizem que as
causas do erro ainda estão sendo apuradas, mas a avaliação
inicial é que houve um erro de
origem na marcação topográfica do túnel Três Poderes.
Dessa forma, uma diferença
reduzida, de milímetros, teria
se multiplicado nas leituras
posteriores feitas durante a escavação, atingindo os 80 cm.
O consórcio, formado por
Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, diz que situações
parecidas não são raras e já
ocorreram em outras grandes
obras de engenharia do mundo.
Uma das hipóteses é a de que
algo -como um rebaixamento
de terreno ou trepidação provocada por um veículo- tenha
distorcido a marcação topográfica original das escavações.
O consórcio diz que são feitas
medições a cada 80 cm de túnel, mas considera que, se houve um problema na origem, é
como um erro sistêmico -pelo
qual a falha vai acumulando,
sem ser possível identificá-la.
O Via Amarela diz em nota
que as causas podem "decorrer
de características pertinentes à
execução dos trabalhos e de interferências eventuais nos
equipamentos", que são "eletrônicos e de última tecnologia", além de "aferidos anualmente", conforme procedimento aprovado pelo Metrô.
A nota do Metrô dizendo que
a falha é "incompatível" com o
"atual estágio da engenharia"
foi alvo de insatisfação das
construtoras -que, depois de
troca de telefonemas com representantes do Estado, resolveram interpretá-la como uma
referência à falha humana, e
não uma crítica aos aparelhos.
Em relação à responsabilização citada pelo Metrô, a avaliação do consórcio é a de que não
há no contrato justificativa para que uma falha desse tipo
possa resultar em multas.
Ele considera somente que
terá de arcar com os prejuízos
para a correção dos túneis -de
um lado, haverá preenchimento de concreto; do outro, escavação do que foi feito. Diz também que os custos serão pequenos e estima terminar os ajustes em até três semanas.
O consórcio nega alguma
possibilidade de atraso na obra
ou de riscos à segurança. Ele diz
que já fez nos últimos dias uma
rechecagem de outros três pontos de encontro de túneis e não
foram identificadas distorções.
O Metrô informou que a fiscalização continuará sendo feita como já ocorria. No momento do encontro dos túneis Caxingui/Três Poderes, no dia 10,
havia fiscais da companhia
acompanhando os trabalhos.
A empresa informa ainda que
não haverá interrupção dos trabalhos em nenhum local.
Após a abertura da cratera na
estação Pinheiros, que deixou
sete mortos, houve um acordo
com a Promotoria para a interrupção das frentes de trabalho
e que fossem feitas avaliações
pelo IPT. As causas da tragédia
ainda estão sendo investigadas.
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