|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CPI vai propor em relatório que governo retire da Anac o poder de conceder vôos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com aval do ministro da Defesa, Nelson Jobim, a CPI do
Apagão Aéreo irá propor no relatório final que o governo retire o poder de concessão de vôos
da Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil), deixando a
agência com poderes apenas de
fiscalização e regulação do setor. A mudança tem o apoio da
indicada para a presidência do
órgão, Solange Vieira, cujo nome foi levado ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A economista esteve ontem
negociando com deputados da
CPI as mudanças para a agência, como a devolução para o
âmbito do Ministério da Defesa
das tratativas internacionais e
os estudos estratégicos e de
planejamento do setor. A expectativa é que as sugestões sejam aprovadas com facilidade,
já que a Anac caiu em descrédito na CPI e o governo quer consenso político para mudanças.
"A Anac perde o poder de outorga por incompetência de
seus diretores", disse Rocha
Loures (PMDB-PR), presidente da subcomissão da CPI que
trata das mudanças na lei.
O relator da CPI, Marco Maia
(PT-RS), estuda ainda o pedido
de indiciamento dos diretores,
mas adianta que considera que
o colegiado agiu em "conluio"
com as empresas aéreas.
Um dos pontos espinhosos é
o atual presidente da agência,
Milton Zuanazzi, petista. Ele
deu sinalizações de que não irá
renunciar, apesar das fortes
pressões de Jobim para que se
retire. Ontem, em reunião no
Planalto, o ministro Walfrido
dos Mares Guia, que apoiou a
indicação de Zuanazzi para a
Anac, foi escalado para negociar a saída pacífica dele.
A Folha apurou que Mares
Guia teria acertado com Zuannazzi a renúncia para os próximos dias, após a aprovação pelo
Senado da indicação do brigadeiro Allemander Pereira para
uma diretoria técnica da Anac,
hoje com apenas uma das quatro vagas de diretoria ocupada.
A sabatina de Pereira ainda não
tinha sido marcada até ontem.
Se não conseguisse um acordo com Zuannazzi, cujo mandato vai até março de 2011, Jobim avaliava usar medida de força, como um processo administrativo, se for necessário.
Outra mudança que a CPI irá
propor na legislação aérea é o
aumento de capital estrangeiro
nas empresas aéreas para 49%
e maior proteção aos consumidores em casos de atrasos e
cancelamentos, por meio de
projeto de lei.
(LEILA SUWWAN)
Texto Anterior: Técnico vê erro de piloto em acidente da TAM Próximo Texto: Mãe "aluga" barriga para filha e vai dar à luz os seus 2 netos em Pernambuco Índice
|