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Pesquisa indica que 63% dos executivos têm "barriga"
Levantamento que apontou obesidade abdominal foi feito pelo HCor com 690 homens
Foram analisados homens de 18 anos a 59 anos, das classes A e B; estresse, fast food e sedentarismo são apontados como fatores
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos executivos tem
"barriga", segundo um estudo
feito pelo HCor (Hospital do
Coração) em São Paulo. No total, 63% dos 690 executivos de
empresas nacionais e multinacionais analisados apresentaram problema de obesidade abdominal em check-up clínico
feito no hospital.
Isso não significa que eles sejam necessariamente obesos,
mas que têm gordura suficiente
na barriga para que a medida da
circunferência na região seja
superior a 94 cm -considerado
o valor máximo para uma barriga com quantidade normal de
gordura, segundo os médicos.
O estudo analisou homens de
18 anos a 59 anos, das classes A
e B, entre julho e dezembro do
ano passado, e será divulgado
hoje durante o 2º Simpósio Internacional de Alimentação
Saudável, que acontece no
HCor, em São Paulo.
Outros resultados significativos dizem respeito ao colesterol -35% tiveram níveis acima
do normal (200 mg/dL)- e ao
índice de massa corpórea -média de 27,5, o que indica sobrepeso. Segundo o chefe de Nutrição Clínica do HCor, Daniel
Magnoni, o questionário aplicado aos executivos ajuda a explicar os resultados.
"Comer muito fast food, muito açúcar nas formas de massa,
pães e doces, muita gordura saturada, sedentarismo e estresse
foram características comuns
apontadas por quase todos os
executivos". Tudo isso, diz
Magnoni, pode levar a pessoa a
desenvolver hipertensão, diabetes e arteriosclerose.
Formas de evitar esses problemas e de melhorar a saúde
são modificar a alimentação e
fazer exercícios, segundo o diretor da Associação Brasileira
de Nutrologia, Edson Credidio.
"Tomar um café de manhã e
almoçar um salgado é a receita
para ter problemas. O certo é
fazer refeições equilibradas, de
cinco a seis vezes ao dia. Subir
escadas e descer em uma estação do metrô antes para andar
ajudam", afirma Credidio.
Andar foi uma das saídas encontradas pelo executivo Tácio
Antonio Zamarioli Cattony, 65,
um dos participantes da pesquisa. Com cerca de 92 kg e 7 kg
acima do peso, ele disse que
procura andar no clube Pinheiros. "Costumo andar 45 minutos algumas vezes por semana."
Ele conta que há mais de um
ano se sentiu mal, estava com a
glicemia alta e teve que tomar
insulina no hospital. "Fiz regime, hoje como mais peixe, tomo remédio todo dia e ando
porque me faz bem", afirma.
A pesquisa do HCor é uma
das que mostram que os problemas de sobrepeso são cada
vez mais comuns no Brasil. Segundo dados do IBGE, entre
2002 e 2003, 41,1% dos homens
com mais de 20 anos e residentes nas grandes cidades tinham
sobrepeso, 8,9% eram obesos, e
apenas 2,8% tinham déficit de
peso. O problema mais grave se
encontra na faixa de 45 anos a
54 anos, na qual 12,4% dos homens sofriam de obesidade.
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