São Paulo, quinta-feira, 20 de setembro de 2007

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Funcionário é acusado de matar executivo

Polícia diz ter esclarecido caso do mexicano Emílio Herrera, diretor da empresa de tecnologia Softtek que estava desaparecido

Investigação aponta que Herrera foi estrangulado por um auxiliar administrativo com quem mantinha um relacionamento amoroso

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo afirma ter esclarecido o desaparecimento e o assassinato do mexicano Emílio Rojas Herrera, 46, diretor corporativo mundial de capital humano da Softtek, uma das maiores empresas de tecnologia da informação do mundo, com mais de 5.000 funcionários.
Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de SP, Herrera foi estrangulado por um auxiliar administrativo da própria Softtek, Fábio Aparecido Alves de Araújo, 26, com quem mantinha um relacionamento amoroso havia alguns meses.
Os dois se conheceram pela internet, e Araújo havia sido contratado por Herrera. Por diversas vezes, os dois se separaram e voltaram. Segundo a polícia, os atritos eram causados por Araújo não querer deixar a namorada e assumir a homossexualidade. Herrera, ainda segundo a polícia, teria até presenteado Araújo com um carro.
Na noite de 6 de setembro, após o trabalho, Herrera voltou para seu apartamento na rua Bela Cintra, nos Jardins (zona oeste de SP) e, como sempre fazia, saiu para ir a uma academia. Foi a última vez que e executivo mexicano foi visto.
Como Herrera tinha uma reunião na sucursal da Softtek na Colômbia, no dia 7, e não apareceu, os outros dirigentes da empresa acionaram funcionários para localizá-lo.
O consulado do México em São Paulo também pediu providências por parte da polícia e, no dia 10, Herrera entrou na lista de pessoas desaparecidas.

Perfil
Para tentar achá-lo, os investigadores do DHPP começaram a fazer um perfil de Herrera e quem eram as pessoas mais próximas dele. Foi assim que chegaram ao nome de Araújo.
Nos seus interrogatórios, Araújo deu informações incorretas sobre o executivo, inclusive a de que ele havia sido visto pela última vez vestindo uma blusa vermelha. Ele também quis omitir da polícia a homossexualidade.
Em mais um depoimento, quando os investigadores deixaram claro o grande número de indícios contra ele, Araújo, segundo a polícia, assumiu o assassinato do namorado e os levou ao corpo da vítima, encontrado em um barranco no Km 61 da rodovia Castello Branco, em São Roque (59 km de SP).
Araújo teria confessado à polícia que matou Herrera no apartamento dele, com um pedaço de fio, colocou o corpo em uma mala e o levou até a Castello Branco no carro da vítima, uma Pajero TR4.
O fio usado no crime, o lençol no qual o corpo de Herrera ficou algumas horas, os celulares dele e a carteira com documentos foram jogados em uma rua do Jardim Europa, vizinho aos Jardins. O corpo de Herrera foi trasladado para a Cidade do México, onde foi cremado.


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