São Paulo, Quarta-feira, 20 de Outubro de 1999
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40% das denúncias de tortura envolvem GOE e Garra, da Civil

da Reportagem Local

Ao mesmo tempo em que aumentou o número de vítimas de policiais militares em horários de folga, cresceram os casos de PMs que foram mortos quando não estavam trabalhando de farda.
De acordo com dados da ouvidoria, 23 dos 29 policiais militares assassinados morreram durante a folga, entre julho e setembro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 17 (de 19).
Já em serviço, seis policiais militares morreram neste terceiro trimestre, quatro a mais do que no ano passado.
"Mais um vez, os dados indicam que o policial estava envolvido em algum bico. Ele mata fora de serviço, mas também morre", afirmou Mariano.
De julho a setembro deste ano, 13 policiais civis morreram. Desses, 7 estavam em serviço e 6 em folga. No mesmo período do ano passado, 3 morreram em serviço e 8 em folga.

Causas
Para Mariano, o número de mortes de policiais civis está ligado à inexperiência deles em operações de combate.
"O policial civil está ocupando cada vez mais a função do militar, que é mais operacional. Essa não é a função deles. A formação do civil é para uma polícia judiciária e investigativa e, por isso, eles não têm formação para ir para as ruas", afirmou.
Segundo o ouvidor, 40% das denúncias de tortura envolvendo policiais estão relacionadas com a atuação do GOE (Grupo de Operações Especiais) e do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) -os dois grupos são formados por policiais civis.
"Se tirassem o GOE e o Garra das ruas e colocassem esses homens para cuidar de distritos e cadeias de São Paulo, as denúncias de homicídio e tortura seriam menores", disse Mariano.


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