São Paulo, Quarta-feira, 20 de Outubro de 1999
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POLÍCIA

Ex-jogador diz em Santos que quase foi assaltado por culpa de políticos, que desviam "verba para estudo"

Pelé culpa político corrupto por violência

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

O ex-jogador Pelé culpou a corrupção dos políticos pela tentativa de assalto que sofreu há duas semanas no bairro do Itaim, em São Paulo.
O assalto a Pelé e à mulher dele, Assíria, que estavam no interior de um carro, não se consumou porque os dois ladrões o reconheceram e desistiram da ação.
"Acho que o garoto que me reconheceu deve ser um daqueles que me vê lutando para que a sociedade e o governo acabem com a corrupção e dêem educação para eles", disse Pelé em entrevista à rádio CBN.
Para o ex-jogador e empresário, os assaltantes "não têm culpa" por se encontrarem nessa condição. "Eles não tiveram a verba que era para o estudo e foi roubada pela maioria dos políticos", disse.
Pelé aproveitou a folga dos jogadores profissionais e amadores do time do Santos e esteve ontem pela manhã no centro de treinamento do clube, onde concedeu a entrevista, para fazer fisioterapia no joelho recentemente operado.
Ele também defendeu o filho Edinho, 29, condenado pela Justiça local a um ano e seis meses de prisão em regime semi-aberto por ter supostamente participado de um racha que resultou na morte do aposentado Pedro Simões Neto, em outubro de 92.
Os advogados de Edinho e de Marcílio José Marinho de Melo, 25, cujo carro atropelou o aposentado, tentam obter do Tribunal de Justiça do Estado a anulação do julgamento sob o argumento de que houve contradições nos depoimentos das testemunhas e de que um dos jurados estaria em tratamento psicológico.
Pelé negou que o filho estivesse participando de racha e disse que a divulgação dada ao fato provocou a impressão de que Edinho tivesse atropelado o aposentado.
Pelé afirmou que não tinha muita preocupação com o julgamento porque considerava que as evidências de que Edinho não tinha participação no suposto racha "eram tão claras, que para nós parecia que estava tudo certo, mas na realidade não estava".



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