CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador

Um dos bairros mais populosos de Salvador, o Engenho Velho da Federação tinha uma média mensal de 4 homicídios e 50 assaltos. Nos últimos sete meses, registrou apenas um assassinato.
Isso aconteceu porque, desde março, a comunidade passou a atuar em parceria com a polícia e a desenvolver atividades de educação, cultura e lazer para combater a violência.
"Não basta coibir o crime. Fortalecer as relações interpessoais e estimular a auto-estima são trabalhos preventivos contra a violência. Isso a gente consegue com atividades de educação, cultura e lazer", disse a diretora-executiva do projeto UNI (Uma Nova Iniciativa), Heloniza Costa.
Patrocinado pela fundação norte-americana Kellogg, o projeto agrega 60 entidades que apóiam o desenvolvimento de atividades de combate à violência.
A Associação de Moradores do Engenho Velho da Federação aproveita os recursos para desenvolver atividades de educação, cultura e lazer para combater a violência.
A associação também mantém uma academia de ginástica, uma escola de capoeira e um curso de formação de "policiais mirins".
Nos cursos de policiais mirins, agentes da PM, professores e um psicólogo cedido pela Universidade Federal da Bahia dão aulas de educação no trânsito, uso de drogas e cidadania.
Nas festas e shows, que são organizados pelos próprios adolescentes do bairro no salão de festas da associação, os jovens cobram ingresso e doam parte da arrecadação à associação para desenvolver novas atividades contra a violência.
"Desde que a associação começou a desenvolver essas atividades, nunca mais fui assaltado", disse Manoel do Carmo, 53, dono do Mercadinho Senhor do Bonfim.
A comerciante Helenita Silva Borges, 41, também está satisfeita. "Parei de ser assaltada e até já dispensei o vigilante", afirmou.


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