São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PERNAMBUCO

Edifício vizinho continua interditado; moradores estão desalojados

Peritos apuram causa da queda de prédio que matou 3

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A Polícia Civil de Pernambuco requisitou ontem ao Instituto de Criminalística do Estado a realização de perícias para determinar a causa do desabamento do edifício Areia Branca, de 12 andares, ocorrido quinta-feira, em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife.
Segundo o delegado da Defesa do Consumidor José Durval Lins, responsável pelo caso, os peritos vão iniciar ainda hoje a investigação no local. O levantamento servirá de base para a conclusão do inquérito, aberto anteontem com o objetivo de responsabilizar criminalmente o eventual acusado.
Lins, que tem 30 dias para concluir o trabalho, já ouviu moradores do prédio e a administração do condomínio. Segundo ele, todos mantiveram a versão de que os problemas só começaram a ser percebidos na terça-feira da semana passada.
"Os moradores declararam que ouviram uma série de estalos e que saíram dos apartamentos na madrugada de quinta, por decisão própria." O edifício desabou sobre sua própria base às 20h30 do mesmo dia.
Quatro pessoas estavam no subsolo do prédio no momento do acidente. Três corpos já foram resgatados e identificados. Continuava desaparecido até ontem o operário Ivanildo Martins dos Santos, 21, que trabalhava para a Jatobeton, empresa contratada para avaliar a estrutura do imóvel.
Até o final da tarde de ontem, menos da metade dos destroços havia sida retirada da local.
Além do cuidado necessário para preservar o eventual sobrevivente, as equipes paralisavam a todo o momento o serviço para "garimpar", no meio do entulho, pertences dos moradores.
Roupas, fotos e até jóias foram encontrados. Os objetos, colocados em sacos plásticos, eram deixados na calçada para que fossem reconhecidos pelos donos.
A demora preocupava a família do desaparecido, que permanecia em vigília no local do acidente. "Tenho fé de que ele ainda vai sair vivo de lá", disse a mulher do operário, Leidjane Ferreira.
A preocupação do parentes aumentou quando a única retroescavadeira usada para a retirada dos grandes pedaços de concreto quebrou. O trabalho de resgate parou por quase duas horas.
Os destroços atingiram um dos prédios vizinhos, o Solar de Piedade, e blocos de concreto ficaram escorados em pilares, dificultando ainda mais o trabalho.
Engenheiros contratados pelo governo do Estado estiveram ontem no local e não viram risco de desabamento iminente do imóvel, mas os moradores estão impedidos de retornar para lá.


Texto Anterior: Violência: Taxista é baleado em Pinheiros
Próximo Texto: Polêmica: Liminar que libera aborto de feto sem cérebro pode cair hoje
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.