|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jato atingiu cauda e a asa do Boeing, sugere ministro
Waldir Pires diz que essa é a "impressão técnica" da equipe que investiga as causas do acidente
IML de Brasília já identificou mais uma das vítimas, que tinha 53 anos e era de MG; agora, só falta achar o corpo de Marcelo Paixão, 29
IURI DANTAS
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Defesa, Waldir
Pires, sugeriu ontem que a colisão entre o jato executivo Legacy, da Embraer, e o Boeing-737/800, da Gol, pode ter danificado a asa direita e parte da
cauda da aeronave que fazia o
vôo 1907 e caiu na Amazônia,
matando 154 pessoas no dia 29.
"É uma impressão técnica,
que os técnicos nos passaram.
Provavelmente o choque tenha
sido na cauda, pela natureza da
queda. O Boeing perdeu a estabilidade e desceu numa espiral
e velocidade absoluta", disse.
O ministro obteve a avaliação
depois de conversar com o coronel Rufino Ferreira, da Aeronáutica, que comanda o Cenipa
(Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). O militar chegou ontem
ao país após acompanhar a leitura e análise das caixas-pretas
do jato e do Boeing no Canadá,
sede da OACI (Organização da
Aviação Civil Internacional).
Segundo Pires, já foi possível
confirmar que o transponder
do Legacy não funcionava
quando houve o choque. O
equipamento permite ao controle de tráfego aéreo monitorar dados do vôo em terra e
"conversa" com outras aeronaves justamente para evitar colisões. Mas ele foi cauteloso ao
dizer que ainda não foi possível
verificar se o equipamento foi
desligado ou teve pane.
Até o momento, a Aeronáutica e a Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil) conduzem a
investigação sobre as causas do
acidente. Eventuais responsabilidades dos controladores de
vôo ou dos pilotos do Legacy
são alvo de um inquérito da Polícia Federal, que ainda não recebeu cópia dos documentos de
radar e das caixas-pretas. Hoje,
o delegado da PF Renato Sayão
ouvirá um executivo da Embraer para tirar dúvidas sobre o
funcionamento do jato.
Peritos da Polícia Civil do
Distrito Federal identificaram
ontem os restos mortais de
mais uma vítima do acidente
com o Boeing da Gol. Trata-se
de Joana D'Arc Ribeiro, 53, natural de Minas Gerais. Só falta,
agora, encontrar os restos mortais de mais um passageiro,
Marcelo Paixão, 29.
Militares da Aeronáutica e do
Exército continuam procurando, no local do acidente, o cilindro de voz da caixa-preta do
Boeing. Essa parte contém as
gravações das conversas entre
pilotos e torres de controle.
Ontem, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, afirmou que não há
prazo para encerrar a apuração.
Texto Anterior: Crime organizado: Dupla é presa em Campinas com munição e drogas Próximo Texto: Brasileira é deportada ao tentar reaver filho Índice
|