|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasileira é deportada ao tentar reaver filho
Civanilde Marques iria à audiência na Itália para tentar reverter adoção do filho, mas polícia da França, onde fez escala, mandou-a de volta
A maranhense diz que as autoridades francesas que a interrogaram acharam que ela não tinha dinheiro
para se manter na Itália
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Depois de quase um ano para
conseguir uma audiência na
Justiça italiana e tentar reverter a adoção de seu filho por
uma família daquele país, a maranhense Civanilde Costa Marques, 28, foi deportada anteontem da França, onde fazia uma
conexão para a Itália.
Marques, que chegou ontem
ao Brasil, disse que as autoridades francesas acharam que ela
não tinha dinheiro para se
manter na Itália -o que poderia ser um indício de que tentava migrar para lá- e a deportaram. "Perguntaram quanto eu
tinha, e disse que R$ 116. Perguntaram então como iria me
manter lá [na Itália]. Mostrei
um endereço e falei que tinha
pessoas esperando por mim lá."
Ela contou que foi entrevistada por policiais franceses,
com ajuda de uma tradutora,
em uma sala do aeroporto
Charles de Gaulle, em Paris.
O filho de Marques foi levado
à Itália em 98, aos 3 anos, pela
meia-irmã dela, na época casada com um italiano. Em 2003, a
Justiça italiana retirou do casal
a guarda do menino por entender que ele estava em situação
de abandono. Desde então, a
mãe não teve mais contato com
o garoto, hoje com 12 anos.
Marques viajou com uma
passagem paga pelo governo do
Maranhão. A audiência estava
marcada para hoje, em Turim.
"Foi igual à novela. Eu dizia
que ia para uma audiência na
Itália, onde meu filho estava, e
eles nem me escutavam. Comecei a chorar. Nem acreditava no
que estava acontecendo, estava
tão perto de chegar à Itália."
Em 2005, Marques recebeu
uma correspondência da Justiça da Itália, na qual era informada de que o filho estava sendo adotado por uma família italiana. A partir daí, procurou o
Ministério Público do Estado.
Em dezembro de 2005, o Ministério das Relações Exteriores destinou recursos para a
contratação de um advogado na
Itália para atuar no caso.
A Procuradoria Federal dos
Direitos do Cidadão, que também segue o caso, comunicou a
deportação de Marques ao Ministério das Relações Exteriores, com um pedido para solicitar um adiamento da audiência.
Marques é funcionária da
Prefeitura de São Vicente Ferrer (MA), onde mora com o marido e uma filha.
Texto Anterior: Jato atingiu cauda e a asa do Boeing, sugere ministro Próximo Texto: Frases Índice
|