|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Suspeito de extorsão, policial é afastado
Investigador do ABC é suspeito de ter seqüestrado um dos envolvidos no assalto ao caixa-forte do Banco Central
Grupo de policiais civis
teria seqüestrado e cobrado
R$ 450 mil de Raimundo
Laurindo Neto, que acabou preso por agentes federais
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A delegacia seccional de São
Bernardo do Campo decidiu
afastar preventivamente das
ruas um investigador do 3º Distrito Policial da cidade por suspeita de envolvimento com outros policiais da região do ABC
acusados de extorquir dinheiro
de Raimundo Laurindo Barbosa Neto.
A suposta vítima, curiosamente, é um criminoso que está preso, acusado de ter participado do furto de R$ 164,8 milhões do Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005.
Segundo investigações da
Polícia Federal, no dia 20 de
abril deste ano, policiais civis
teriam exigido R$ 450 mil para
não prender Barbosa Neto. A
PF investiga se o ladrão pagou
ou não os policiais.
O ladrão do BC, porém, só foi
preso no dia 1º de setembro por
agentes federais, que deram
início as investigações sobre a
suposta extorsão. Dois policiais
civis já haviam sido presos por
seqüestrar um outro ladrão do
BC, que acabou assassinado.
O nome do investigador é Vitor, mas a polícia se recusou a
divulgar o sobrenome dele e a
informar se ele tem advogado.
"Ele [o investigador] não está
mais na função que estava antes para que fosse resguardado,
até que se descubra realmente
quem é o policial que participou da extorsão do ladrão do
banco. Ele é investigador de
rua, mas agora faz só serviço interno", disse o delegado seccional Marco Antonio de Paula
Santos.
Segundo o seccional, o investigador foi afastado de suas funções originais há cerca de um
mês, quando o departamento
dele soube que, segundo investigações feitas pela PF, um policial de nome Vitor, no ABC, era
suspeito de extorquir dinheiro
do ladrão do BC.
Colegas do investigador, porém, contam outra versão para
a mudança de posto: ele estava
em férias e, após ter sido ouvido
pela Corregedoria, foi transferido do setor operacional.
Ontem à tarde, Vitor foi à
Corregedoria prestar depoimento pela primeira vez na
condição de suspeito. Após cinco horas, foi liberado.
O caso é investigado pelo delegado da Divisão de Crimes
Funcionais da Corregedoria
Fernando Costa Azevedo.
Procurado pela reportagem,
o delegado do 3º DP, Kazuyoshi
Kawamoto, afirmou que, a
priori, não há nada provado
contra o investigador.
Texto Anterior: Di Rissio negou acusações anteriormente Próximo Texto: Acidente: Parentes não esperam mais achar corpos Índice
|