São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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Suspeito de extorsão, policial é afastado

Investigador do ABC é suspeito de ter seqüestrado um dos envolvidos no assalto ao caixa-forte do Banco Central

Grupo de policiais civis teria seqüestrado e cobrado R$ 450 mil de Raimundo Laurindo Neto, que acabou preso por agentes federais

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A delegacia seccional de São Bernardo do Campo decidiu afastar preventivamente das ruas um investigador do 3º Distrito Policial da cidade por suspeita de envolvimento com outros policiais da região do ABC acusados de extorquir dinheiro de Raimundo Laurindo Barbosa Neto.
A suposta vítima, curiosamente, é um criminoso que está preso, acusado de ter participado do furto de R$ 164,8 milhões do Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005.
Segundo investigações da Polícia Federal, no dia 20 de abril deste ano, policiais civis teriam exigido R$ 450 mil para não prender Barbosa Neto. A PF investiga se o ladrão pagou ou não os policiais.
O ladrão do BC, porém, só foi preso no dia 1º de setembro por agentes federais, que deram início as investigações sobre a suposta extorsão. Dois policiais civis já haviam sido presos por seqüestrar um outro ladrão do BC, que acabou assassinado.
O nome do investigador é Vitor, mas a polícia se recusou a divulgar o sobrenome dele e a informar se ele tem advogado. "Ele [o investigador] não está mais na função que estava antes para que fosse resguardado, até que se descubra realmente quem é o policial que participou da extorsão do ladrão do banco. Ele é investigador de rua, mas agora faz só serviço interno", disse o delegado seccional Marco Antonio de Paula Santos.
Segundo o seccional, o investigador foi afastado de suas funções originais há cerca de um mês, quando o departamento dele soube que, segundo investigações feitas pela PF, um policial de nome Vitor, no ABC, era suspeito de extorquir dinheiro do ladrão do BC.
Colegas do investigador, porém, contam outra versão para a mudança de posto: ele estava em férias e, após ter sido ouvido pela Corregedoria, foi transferido do setor operacional.
Ontem à tarde, Vitor foi à Corregedoria prestar depoimento pela primeira vez na condição de suspeito. Após cinco horas, foi liberado.
O caso é investigado pelo delegado da Divisão de Crimes Funcionais da Corregedoria Fernando Costa Azevedo.
Procurado pela reportagem, o delegado do 3º DP, Kazuyoshi Kawamoto, afirmou que, a priori, não há nada provado contra o investigador.


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