São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002

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COMÉRCIO IRREGULAR

Ambulantes sem licença para operar forçaram lojistas a fechar portas e entraram em confronto com policiais

Protesto de camelôs leva caos ao centro de SP

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Um fiscal e pelo menos um ambulante e um policial militar ficaram feridos no início da tarde de ontem, quando camelôs da região da rua 25 de Março (centro de São Paulo) entraram em confronto com PMs, guardas municipais e fiscais da prefeitura. Cinco ambulantes foram presos.
O esquema de fiscalização na região -chamado de Operação Natal pela Secretaria de Segurança Urbana- começou na sexta-feira. Segundo estimativa da Subprefeitura da Sé, cerca de 800 ambulantes ilegais estavam atuando no local, aproveitando o aumento das vendas com a proximidade do Natal. Ontem, 90 fiscais, divididos em três turnos, trabalharam para que somente os 160 camelôs legalizados -que têm Termo de Permissão de Uso (TPU)- montassem barracas na região.
Por volta das 11h30, os ambulantes começaram um "apitaço" para que os lojistas fechassem as portas. Grupos de camelôs percorreram as calçadas gritando "Fecha! Fecha!". Comerciantes, com medo de invasão, acabaram fechando parcialmente as portas.
Segundo a Secretaria de Segurança Urbana, participam da operação 150 guardas civis, 16 carros, oito motos e 150 técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego. Ontem, a Guarda Civil Metropolitana pediu reforço à PM.
Policiais militares a pé e veículos da Força Tática foram recebidos a pedradas e revidaram com bombas de gás lacrimogêneo. O Corpo de Bombeiros atirou jatos d'água para dispersar os cerca de 800 manifestantes, segundo a GCM.
Um inspetor da GCM, que se identificou apenas como Barbosa, disse que o protesto estava pacífico até que um grupo de ambulantes começou a atirar objetos -paus e cascas de coco verde- contra os estabelecimentos. Uma loja teve a vitrine quebrada e ambulantes chegaram a pôr fogo em pedaços de uma barraca.
O fiscal da prefeitura João Barbosa, 40, foi ferido com uma paulada e levou dez pontos na cabeça. O fiscal registrou a ocorrência no 1º DP (Sé), e disse que não seria capaz de reconhecer o agressor porque estava de costas.
Um carro da GCM foi atingido por um coco jogado pelo ambulante G.E.O., 17, que foi detido para averiguação e liberado em seguida. Outras cinco pessoas foram levadas para o 1º DP (Sé), acusadas de dar início ao tumulto: Igor Pereira de Andrade, 22, Marcelo de Ávila, 23, Erivandro Rodrigues Rogério, 22, José Soares de Sousa, 20, e Joaquim Viana de Oliveira, 22. Segundo o sindicato dos ambulantes, nenhum dos detidos é legalizado.
A Secretaria de Segurança Urbana informou que a Operação Natal não será interrompida. Segundo a subprefeitura, cem fiscais chegariam ao local às 7h de hoje.


Colaborou a FOLHA ONLINE


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