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Garoto deve escolher com quem ficar
DA REPORTAGEM LOCAL
A determinação final sobre a
guarda de Pedrinho caberá à Justiça, mas é muito pouco provável
que não seja acatada, nessa decisão, a escolha do próprio jovem
sobre a família com quem deseja
viver. É essa a opinião de advogados consultados pela Folha.
"Nenhum juiz neste mundo vai
impedir ele [Pedrinho] de ficar
com quem ele gosta", afirma o jurista Walter Ceneviva, especialista
em direito civil e constitucional.
"E mesmo que a Justiça determine que o rapaz vá para uma família que não seja a por ele escolhida, a decisão não terá eficácia
porque ninguém vai conseguir
obrigá-lo a permanecer lá", diz
Maria Alice Lotufo, especialista
em direito de família e professora
de direito civil na PUC-SP.
Segundo Ceneviva, levando-se
em conta estritamente a variável
legal, a criança ou adolescente
tem de ficar com os pais reconhecidos pelo registro de nascimento
legítimo -no caso de Pedrinho,
seu pais biológicos. Na prática,
porém, a Justiça deve ouvir o rapaz e seguir sua vontade. Isso porque as questões envolvendo paternidade são julgadas hoje mais
com respaldo em fatores afetivos
do que nos conceitos tradicionais
de poder dos pais, diz Lotufo.
Se Pedrinho quiser, portanto,
poderá ficar com a mãe adotiva.
"Ela pode até ter cometido um delito, o que não foi provado, mas
nada impede que seja uma boa
mãe e, como o crime já prescreveu, pode ter a guarda do rapaz",
diz Lotufo. Pedrinho só teria de
permanecer com os pais biológicos se a mãe adotiva fosse presa.
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