São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Governo federal libera verba; atendimento no pronto socorro foi reduzido

Hospital São Paulo receberá R$ 1 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital São Paulo, na Vila Clementino (zona sul), deve receber até o final deste mês R$ 1,084 milhão do governo federal. O Ministério da Saúde anunciou ontem a liberação de R$ 9,58 milhões para hospitais universitários vinculados ao Ministério da Educação e que prestam atendimento pelo SUS (Serviço Único de Saúde). Serão beneficiados 43 hospitais-escola, que passam por grave crise financeira.
Desde segunda-feira, o pronto socorro do Hospital São Paulo, por exemplo, que é ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), recebe por dia apenas 10% dos pacientes que normalmente eram atendidos.
Anteontem, o diretor-superintendente do Hospital São Paulo, José Roberto Ferraro, havia dito que o hospital precisa de R$ 11 milhões para sanar a dívida com fornecedores, avaliada em R$ 60 milhões, e pagar o 13º salário dos funcionários. Ele disse também que, caso recebesse uma quantia inferior, o problema financeiro não seria resolvido.
Ontem, a diretoria do hospital informou que só deve voltar a se pronunciar sobre o assunto após o encontro de hoje entre Ferraro e o ministro da Saúde, Barjas Negri.
O Hospital São Paulo atendeu ontem, da 0h às 12h, apenas 48 pacientes. Na terça-feira passada, no mesmo período, foram 466 atendimentos. Anteontem, ao longo de todo o dia, 159 pessoas foram atendidas, enquanto na segunda-feira da semana passada foram 1.258 pacientes.

Maternidade São Paulo
A Maternidade São Paulo, no bairro de Cerqueira César (região central da capital), uma das mais tradicionais do país, também enfrenta problemas financeiros e pode interromper seu atendimento no final do mês.
"Ou vende, ou fecha. Não tem mais como continuar nessa situação", disse José Lião de Almeida, 69, presidente do sindicato paulista dos empregados em estabelecimentos de serviços de saúde.
A instituição -que é particular- tem uma dívida trabalhista no valor de mais de R$ 20 milhões. Há cerca de um ano, de acordo com Almeida, os funcionários vêm recebendo apenas a metade dos seus salários.
A maternidade informou que estuda uma parceria com a Secretaria Estadual da Saúde para transformar o local num centro público de cirurgia de mama.


Texto Anterior: Escola Base: Sobe valor de indenização aos donos
Próximo Texto: Panorâmica - Porto Alegre: Santa Casa recebe prêmio de qualidade
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.