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SAÚDE
Governo federal libera verba; atendimento no pronto socorro foi reduzido
Hospital São Paulo receberá R$ 1 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
O Hospital São Paulo, na Vila
Clementino (zona sul), deve receber até o final deste mês R$ 1,084
milhão do governo federal. O Ministério da Saúde anunciou ontem a liberação de R$ 9,58 milhões para hospitais universitários vinculados ao Ministério da
Educação e que prestam atendimento pelo SUS (Serviço Único
de Saúde). Serão beneficiados 43
hospitais-escola, que passam por
grave crise financeira.
Desde segunda-feira, o pronto
socorro do Hospital São Paulo,
por exemplo, que é ligado à Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), recebe por dia apenas
10% dos pacientes que normalmente eram atendidos.
Anteontem, o diretor-superintendente do Hospital São Paulo,
José Roberto Ferraro, havia dito
que o hospital precisa de R$ 11 milhões para sanar a dívida com fornecedores, avaliada em R$ 60 milhões, e pagar o 13º salário dos
funcionários. Ele disse também
que, caso recebesse uma quantia
inferior, o problema financeiro
não seria resolvido.
Ontem, a diretoria do hospital
informou que só deve voltar a se
pronunciar sobre o assunto após
o encontro de hoje entre Ferraro e
o ministro da Saúde, Barjas Negri.
O Hospital São Paulo atendeu
ontem, da 0h às 12h, apenas 48 pacientes. Na terça-feira passada, no
mesmo período, foram 466 atendimentos. Anteontem, ao longo
de todo o dia, 159 pessoas foram
atendidas, enquanto na segunda-feira da semana passada foram
1.258 pacientes.
Maternidade São Paulo
A Maternidade São Paulo, no
bairro de Cerqueira César (região
central da capital), uma das mais
tradicionais do país, também enfrenta problemas financeiros e
pode interromper seu atendimento no final do mês.
"Ou vende, ou fecha. Não tem
mais como continuar nessa situação", disse José Lião de Almeida,
69, presidente do sindicato paulista dos empregados em estabelecimentos de serviços de saúde.
A instituição -que é particular- tem uma dívida trabalhista
no valor de mais de R$ 20 milhões. Há cerca de um ano, de
acordo com Almeida, os funcionários vêm recebendo apenas a
metade dos seus salários.
A maternidade informou que
estuda uma parceria com a Secretaria Estadual da Saúde para
transformar o local num centro
público de cirurgia de mama.
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