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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

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ADMINISTRAÇÃO

Além de estacionamento subterrâneo no Ibirapuera, proposta, que deve ser votada hoje, prevê mais 2 na Sé e na República

Projeto amplia número de garagens em SP

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura incluiu a previsão de mais duas garagens subterrâneas na cidade no projeto que prevê estacionamentos pagos no parque Ibirapuera.
O texto havia sido aprovado na semana passada depois da primeira discussão, por 34 votos a 2. O governo, então, incluiu no projeto que será levado à votação final a construção de mais duas garagens subterrâneas, na região central de São Paulo. Um dos estacionamentos vai ficar no distrito da Sé e o outro no da República.
A construção de garagens subterrâneas nessas duas áreas já era cogitada por administrações anteriores, como a do ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000).
O novo texto foi apresentado pelo líder do governo, vereador João Antonio (PT), e é ainda mais vago que o aprovado em primeira votação na semana passada.
O primeiro projeto, enviado pela prefeita Marta Suplicy (PT), dizia que uma das garagens no Ibirapuera ficará na região no entorno do Obelisco e a outra será definida pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente -que já havia escolhido a área ao lado do prédio da Bienal. Agora, não há nenhuma indicação de onde serão construídas as garagens, nem se será mais de uma no Ibirapuera.
Na semana passada, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informou que o projeto prevê 3.100 vagas no Ibirapuera, em duas garagens. Hoje o parque tem 1.600 vagas gratuitas na superfície, em três bolsões, que serão fechadas para dar lugar à área verde.
No caso das duas novas garagens, nos distritos da Sé e da República, também não está definido no projeto onde elas serão escavadas. Sob as praças da Sé e da República já passam linhas de metrô, o que poderia dificultar a construção de estacionamentos.

Quanto vai custar
Tanto no caso do Ibirapuera quanto no das novas garagens, o preço cobrado pelas empresas deve ser definido pelo "valor de mercado".
Hoje, a primeira hora em estacionamentos em regiões de grande movimento e difíceis de parar o carro, como essas em que deverão ser construídas as novas garagens subterrâneas, custa, em média, R$ 6.
Além de ter ficado mais vago, o projeto atendeu a uma reivindicação das empresas que devem explorar o serviço. O prazo de concessão subiu de 20 para 30 anos.
Na semana passada, um dos principais executivos da área, Helio Cerqueira Júnior, havia dito à Folha que, com esse prazo, não haveria candidatos. Ele é vice-presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Estacionamentos Rotativos Públicos e presidente da Estapar, empresa interessada em explorar o serviço. Para a companhia, quanto maior o prazo, maior o lucro.
O novo projeto manteve intocado um outro ponto importante: a prefeitura não vai ter nenhuma participação sobre o que for arrecadado pelas empresas.
O secretário do Verde e do Meio Ambiente, Adriano Diogo, tinha explicado que as únicas contrapartidas da prefeitura serão a posse das garagens que forem construídas (apenas ao fim do contrato) e a exploração delas depois disso. Essa era inclusive a justificativa dele para o prazo de 20 anos, para que o retorno da administração não fique tão distante.

Jogo adia votação
O governo tinha tudo pronto para votar o projeto ontem à noite, mas decidiu adiar a definição para hoje. Por volta das 21h30 -dez minutos antes do jogo da seleção brasileira-, os vereadores decidiram adiar a discussão.
Ainda faltava um debate nas comissões, e o governo, segundo vereadores, temia que a oposição aproveitasse o esvaziamento -para assistir à partida- para derrubar a discussão, o que atrasaria ainda mais os trabalhos hoje.


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