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TRANSPORTE
Aumento, de 21,42%, supera a inflação, mas fica abaixo do que pediam os empresários; preço vale a partir de 12 de janeiro
Capital terá tarifa de ônibus de R$ 1,70
PALOMA COTES
DAGUITO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de 12 de janeiro a tarifa
de ônibus em São Paulo vai passar
de R$ 1,40 para R$ 1,70. O reajuste
de 21,42%, o segundo desde o início da gestão da prefeita Marta
Suplicy (PT), supera a inflação
acumulada desde o último aumento, de 21,74%, que aconteceu
em maio de 2001 -quando a tarifa pulou de R$ 1,15 para R$ 1,40.
O índice da inflação acumulado
no período é de 13,79%, segundo
a Fipe, e de 18,38%, de acordo
com o Dieese. Em comunicado
oficial, a prefeitura diz que o reajuste foi causado pelo crescimento dos insumos do setor, como
óleo diesel e lubrificantes, que sofreram aumentos desde maio de
2001 de 64,51% e 54,33%, respectivamente. A nota diz ainda que, segundo estudos da SPTrans (órgão
que gerencia o transporte coletivo) e da Secretaria Municipal dos
Transportes, o valor seria o menor para o custeio do sistema.
No ano passado, o governo do
Estado aumentou a tarifa do metrô em até 14,28% cerca de dois
meses após o reajuste na tarifa de
ônibus. O Metrô diz que está estudando as planilhas de custos, mas
ainda não está definido se haverá
reajuste.
Empresários
A nova tarifa de ônibus ficou
abaixo do valor pleiteado desde o
final do mês passado pelos empresários, de R$ 1,91. Anteontem,
alguns já reivindicavam uma tarifa superior. Ontem, em nota oficial, o Transurb (sindicato patronal) classificou o reajuste anunciado como "insuficiente para a
manutenção do sistema".
O secretário municipal dos
Transportes, Jilmar Tatto, disse
que o aumento é "pesado" e prejudica a população, mas que foi
necessário para manutenção do
sistema.
"A população não merece esse
serviço e ninguém gosta de dar
reajuste, mas também não podemos deixar o sistema quebrar. Estamos em uma fase de transição.
[Os empresários" não merecem
mais do que isso pela qualidade
do serviço que prestam na cidade", disse Tatto.
São transportadas em média 3,7
milhões de pessoas por dia na cidade. Em maio de 2001, a média
mensal era de 94,7 milhões. De
março a outubro deste ano, caiu
4,54%, para 90,4 milhões.
Tatto negou que tenha cedido à
pressão feita pelos empresários,
disse que eles mesmos são responsáveis pela queda no número
de passageiros transportados e
que outras cidades estão passando pela mesma situação.
Nos últimos dias, outras cidades
da Grande São Paulo, como Santo
André e São Bernardo, aumentaram as tarifas de R$ 1,40 para R$
1,75, valor que, segundo a Associação Nacional de Transportes
Públicos, é o mais alto do país.
Outras capitais brasileiras também reajustaram os valores das
tarifas nas últimas semanas. No
Rio de Janeiro, ela foi de R$ 1,20
para R$ 1,30. Em Porto Alegre, o
aumento foi maior: de R$ 1,10 para R$ 1,25. E, em Curitiba, de R$
1,40 para R$ 1,50.
A nova tarifa gera impacto de
0,86 ponto percentual no índice
IPC da Fipe e de 0,31 ponto percentual no IPCA. Como o aumento começa a valer a partir do meio
de janeiro, esse impacto será diluído entre os dois primeiros meses de 2003.
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