|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRIME NO BROOKLIN
Irmãos Silva podem ser julgados em abril
Defesa usará tese de preconceito, fotos de festas e cartas de amor
DA REPORTAGEM LOCAL
Fotos de confraternização entre
as duas famílias, cartas de amor, a
indicação do garoto Andreas, 15,
como testemunha de defesa e a tese de um namoro interrompido
pelo preconceito social. Assim os
advogados de defesa de Daniel e
Cristian Cravinhos de Paula e Silva pretendem amenizar a pena
dos dois irmãos, réus confessos
do casal Richthofen.
A estratégia da defesa dos irmãos foi exposta ontem, no depoimento de testemunhas indicadas pelo Ministério Público. Marísia e Manfred von Richthofen
-diretor de engenharia da Dersa, empresa que administra estradas em SP- foram mortos a pancadas quando dormiam em casa,
no Brooklin, zona nobre da capital paulista, no dia 30 de outubro.
A versão da defesa é uma resposta ao depoimento de Suzane
Louise von Richthofen, 19, filha
do casal e namorada de Daniel,
que também participou do crime.
No dia 3 de dezembro, Suzane
afirmou na Justiça que foi "seduzida" por Daniel a participar do
crime, e que ele a fez acreditar que
seria seu "príncipe encantado".
A intenção da defesa é mostrar
que a famílias Richthofen e Paula
e Silva tinham um bom relacionamento até que, de repente, por
preconceito, os pais de Suzane
proibiram o namoro.
O primeiro passo foi a indicação
de Andreas, irmão de Suzane, como testemunha de defesa dos irmãos. A intenção é falar do relacionamento do garoto com a família dos irmãos. Andreas costumava frequentar a casa de Daniel,
onde tinha uma mobilete feita
com peças usadas.
O segundo passo foi feito ontem. Os advogados apresentaram
fotos que mostrariam Manfred,
Marísia, Suzane e Daniel reunidos
em uma festa de aniversário na
casa do rapaz. "Isso mostra que a
relação entre as famílias era harmoniosa", afirmou Adid Geraldo
Jabur, advogado dos irmãos.
A defesa também apresentou
cartas de amor escritas por Suzane destinadas a Daniel. "Suzane
disse que o relacionamento era
um conto de fadas. Mas era um
amor verdadeiro", disse.
Segundo Jabur, os pais de Suzane resolveram inviabilizar a união
por preconceito. "Eu tenho certeza que existia preconceito. Quando uma moça rica namora um rapaz pobre, tem de respeitar o
amor", afirmou o advogado.
Segundo o promotor de Justiça
Roberto Tardelli, os negativos
não foram apresentados e as fotos
podem ser falsas. "O Andreas deveria ser poupado. Não acho que
o depoimento dele vai contribuir", disse. Segundo ele, o garoto
pode se negar a depor por ser filho das vítimas.
O depoimento das testemunhas
de defesa está marcado para 4 de
fevereiro. O julgamento pode
ocorrer a partir de abril.
Texto Anterior: Rio: Oficiais da PM negam extorsão de traficantes Próximo Texto: Porto Alegre: Mulher e filho de prefeito são feitos reféns Índice
|