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REMÉDIOS
Procon desaconselha compras por TV e rádio; setor diz que busca qualidade
Telemarketing não é regulado
GABRIELA SCHEINBERG
da Reportagem Local
Empresas de telemarketing
vendem, por meio de anúncios
em televisão e rádios, remédios
sem registro no Ministério da
Saúde. Hoje, não há leis que regulem o setor de telemarketing. Há
apenas um código de ética, organizado pela ABT (Associação Brasileira de Telemarketing).
O Procon, que recebe denúncias
de produtos vendidos por telemarketing, adverte consumidores
a evitarem esse tipo de compra.
"Os produtos chegam muito fácil
no mercado, a maioria de forma
irregular, sem registro", diz Lúcia
Helena Magalhães, técnica da
área de saúde do Procon.
Por não haver uma regulamentação oficial para esses produtos,
o Procon avalia que o órgão responsável por controlar essas propagandas é o Conar (Conselho
Nacional de Auto-regulamentação Publicitária).
O Conar diz que não pode, no
entanto, impedir uma propaganda de ser veiculada antes de o
anúncio aparecer no rádio ou na
televisão. "Isso seria censura",
afirma Gilberto Leifert, presidente do Conar. "Qualquer ação do
Conar só pode ser feita depois e,
mesmo assim, ela não avalia o
produto, apenas o anúncio."
Leifert explica que o Conar pode recomendar que uma propaganda seja tirada do ar quando o
anunciante não cumpre as promessas que anuncia. Um processo como esse pode ser de iniciativa do próprio Conar ou de um
consumidor.
Mesmo que um consumidor
denuncie, o máximo que o Conar
pode fazer é recomendar às emissoras associadas ao órgão que o
anúncio não seja veiculado.
"Quando um consumidor reclama, ele está exercendo seu papel
de cidadão, impedindo que outros sejam lesados. Não há nenhuma ação legal que o Conar
possa tomar", afirma.
A ABT (Associação Brasileira
de Telemarketing) diz que vai
criar um selo de qualidade para
ajudar o consumidor a discernir
quais produtos são idôneos e podem ser comprados.
O presidente da ABT, Alexandre Assioly, diz que produtos irregulares diminuem a credibilidade
das operadoras de telemarketing.
Para fazer o selo de qualidade, a
associação contratou uma empresa de consultoria que vai avaliar cada empresa de telemarketing. "Vamos estabelecer quais
são os critérios de avaliação e certificar aqueles que preenchem os
requisitos."
Empresas de telemarketing faturam US$ 30 bilhões por ano, segundo a ABT, que tem 400 associadas, mas não sabe estimar o
número de empresas no país.
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