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Mancha de óleo invade 4 km de área protegida
da Sucursal do Rio
A APA (Área de Proteção Ambiental) de Guapimirim, na baía
de Guanabara, foi atingida ontem
pelo óleo que vazou na madrugada de terça de um duto da Petrobras. A mancha penetrou 4 km no
rio Suruí, o mais importante da
área de proteção.
Foram imediatos os reflexos da
poluição na área, que, pela riqueza ambiental, é conhecida como o
"pantanal fluminense". Pela manhã, caranguejos, siris e aves cobertos de óleo agonizavam ao
longo do Suruí e no manguezal da
APA. A reserva se estende pelos
municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo.
A APA de Guapimirim preserva, em 14 mil hectares, a fauna e a
flora originais da baía. O fato de a
região ter sido atingida pela mancha de óleo agrava as consequências do desastre ecológico.
O diretor da APA, Radamés
Marzullo, entregará na segunda-feira à Superintendência Regional
do Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) um levantamento detalhado dos danos
causados à natureza pelo óleo.
Marzullo tirou fotografias dos
mangues e rios cobertos por camadas de óleo. Esse material fará
parte do dossiê que será encaminhado ao Ibama.
Ontem à tarde, segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, André Corrêa, a mancha de
óleo, mais diluída, se espalhara
pela baía em direção aos manguezais da área de proteção e ao município de São Gonçalo. No fim da
tarde, placas de óleo se aproximavam da ponte Rio-Niterói. Cerca
de 200 km2 da baía já estavam sujos com placas de óleo.
Corrêa disse que não houve
condições de se fazer uma medição do tamanho da mancha porque o óleo não está mais tão concentrado como antes.
Anteontem à noite, a mancha
de óleo se estendia por mais de 80
km quadrados, aproximando-se
da Ilha do Governador (bairro na
zona norte do Rio). O secretário
afirmou que 700 funcionários da
Petrobras trabalham na limpeza
das águas da baía e das praias
atingidas (todas as da ilha de Paquetá, mais as de Mauá, Anil, Imperador e Ipiranga, em Magé,
município a 60 km do Rio).
A Feema (Fundação Estadual
de Engenharia em Meio Ambiente) acusou a Petrobras de não ter
instalado bóias de contenção do
óleo para evitar que o desastre
chegasse aos mangues. "Estava
previsto que eles (a Petrobras) fariam a proteção, mas o trabalho
não foi feito", disse Vilma Cardoso, da DIVOC (Divisão de Operação de Campo da Feema).
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