São Paulo, Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2000


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Mancha de óleo invade 4 km de área protegida

da Sucursal do Rio

A APA (Área de Proteção Ambiental) de Guapimirim, na baía de Guanabara, foi atingida ontem pelo óleo que vazou na madrugada de terça de um duto da Petrobras. A mancha penetrou 4 km no rio Suruí, o mais importante da área de proteção.
Foram imediatos os reflexos da poluição na área, que, pela riqueza ambiental, é conhecida como o "pantanal fluminense". Pela manhã, caranguejos, siris e aves cobertos de óleo agonizavam ao longo do Suruí e no manguezal da APA. A reserva se estende pelos municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo.
A APA de Guapimirim preserva, em 14 mil hectares, a fauna e a flora originais da baía. O fato de a região ter sido atingida pela mancha de óleo agrava as consequências do desastre ecológico.
O diretor da APA, Radamés Marzullo, entregará na segunda-feira à Superintendência Regional do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) um levantamento detalhado dos danos causados à natureza pelo óleo.
Marzullo tirou fotografias dos mangues e rios cobertos por camadas de óleo. Esse material fará parte do dossiê que será encaminhado ao Ibama.
Ontem à tarde, segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, André Corrêa, a mancha de óleo, mais diluída, se espalhara pela baía em direção aos manguezais da área de proteção e ao município de São Gonçalo. No fim da tarde, placas de óleo se aproximavam da ponte Rio-Niterói. Cerca de 200 km2 da baía já estavam sujos com placas de óleo.
Corrêa disse que não houve condições de se fazer uma medição do tamanho da mancha porque o óleo não está mais tão concentrado como antes.
Anteontem à noite, a mancha de óleo se estendia por mais de 80 km quadrados, aproximando-se da Ilha do Governador (bairro na zona norte do Rio). O secretário afirmou que 700 funcionários da Petrobras trabalham na limpeza das águas da baía e das praias atingidas (todas as da ilha de Paquetá, mais as de Mauá, Anil, Imperador e Ipiranga, em Magé, município a 60 km do Rio).
A Feema (Fundação Estadual de Engenharia em Meio Ambiente) acusou a Petrobras de não ter instalado bóias de contenção do óleo para evitar que o desastre chegasse aos mangues. "Estava previsto que eles (a Petrobras) fariam a proteção, mas o trabalho não foi feito", disse Vilma Cardoso, da DIVOC (Divisão de Operação de Campo da Feema).


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