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Estrago podia ser menor, diz empresa
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
A Petrobras poderia ter evitado que tamanha quantidade de
óleo fosse jogada na baía de
Guanabara se já tivesse implantado um sistema de checagem e desligamento automático no duto da Reduc (Refinaria
de Duque de Caxias) rompido
na última terça-feira.
Carlos Alberto Martins de
Souza, superintendente de Logística e Transporte da Petrobras, admitiu ontem que "é
bem provável" que os estragos
tivessem sido muito menores
se já estivesse funcionando o
sistema de desligamento automático das bombas, que estaria
sendo implantado.
Souza disse que o sistema
não havia sido implantado no
duto onde houve o vazamento
por ser um dos mais novos em
operação. A empresa, então, teria priorizado a instalação do
sistema nos mais antigos.
Para o pesquisador da Coppe
(Coordenação dos Programas
de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Moacyr
Duarte, o fato de a empresa não
ter percebido por meia hora
que o duto tinha sido rompido
é grave. "Sem dúvida, se houvesse o desligamento automático, assim que começasse a vazar, cessava tudo e só vazaria o
óleo residual do cano", disse.
A empresa calcula que 500
mil litros de óleo tenham vazado para a baía -metade da estimativa dos órgãos fiscalizadores do Estado, Secretaria do
Meio Ambiente e Feema, que
falam em 1 milhão de litros.
O vazamento foi detectado
por operadores que verificam o
funcionamento dos dutos utilizando equipamentos que medem a quantidade de óleo
transportado de uma ponta
(refinaria) à outra (terminal).
Essa checagem é feita com intervalos de até duas horas, segundo Souza. Cerca de mil toneladas de óleo são bombeadas
por hora pelo duto.
A Petrobras informou que
não há legislação específica sobre mecanismos de segurança
em dutos. Essas decisões ficam
por conta do "bom senso" e da
segurança necessária. Segundo
a empresa, 70% dos dutos do
país (uma malha de 12 mil quilômetros) já contam com equipamentos modernos que agem
sem depender exclusivamente
de operadores.
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