São Paulo, Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2000


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Estrago podia ser menor, diz empresa

ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

A Petrobras poderia ter evitado que tamanha quantidade de óleo fosse jogada na baía de Guanabara se já tivesse implantado um sistema de checagem e desligamento automático no duto da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias) rompido na última terça-feira.
Carlos Alberto Martins de Souza, superintendente de Logística e Transporte da Petrobras, admitiu ontem que "é bem provável" que os estragos tivessem sido muito menores se já estivesse funcionando o sistema de desligamento automático das bombas, que estaria sendo implantado.
Souza disse que o sistema não havia sido implantado no duto onde houve o vazamento por ser um dos mais novos em operação. A empresa, então, teria priorizado a instalação do sistema nos mais antigos.
Para o pesquisador da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Moacyr Duarte, o fato de a empresa não ter percebido por meia hora que o duto tinha sido rompido é grave. "Sem dúvida, se houvesse o desligamento automático, assim que começasse a vazar, cessava tudo e só vazaria o óleo residual do cano", disse.
A empresa calcula que 500 mil litros de óleo tenham vazado para a baía -metade da estimativa dos órgãos fiscalizadores do Estado, Secretaria do Meio Ambiente e Feema, que falam em 1 milhão de litros.
O vazamento foi detectado por operadores que verificam o funcionamento dos dutos utilizando equipamentos que medem a quantidade de óleo transportado de uma ponta (refinaria) à outra (terminal).
Essa checagem é feita com intervalos de até duas horas, segundo Souza. Cerca de mil toneladas de óleo são bombeadas por hora pelo duto.
A Petrobras informou que não há legislação específica sobre mecanismos de segurança em dutos. Essas decisões ficam por conta do "bom senso" e da segurança necessária. Segundo a empresa, 70% dos dutos do país (uma malha de 12 mil quilômetros) já contam com equipamentos modernos que agem sem depender exclusivamente de operadores.


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