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ADMINISTRAÇÃO
Executivo tem agora três dias para aprovar, em duas votações, projeto que estipula teto para aumentos do IPTU
Governo "cochila", e PSDB derruba sessões
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O PSDB aproveitou a distração
da bancada governista, na Câmara Municipal, para derrubar as
duas sessões extraordinárias de
ontem. O líder do governo, José
Mentor (PT), previa votar, pelo
menos, o projeto de lei que estipula tetos para os aumentos no
IPTU em primeira discussão, entre os 13 pedidos do Executivo.
Segundo Mentor, a situação,
agora, "ficou difícil". Os vereadores têm até sexta-feira para passar
o projeto dos tetos em duas votações, além de realizar, nesses três
dias, a segunda audiência pública
obrigatória para votar a proposta.
Caso contrário, o envio dos carnês do imposto poderá atrasar.
As sessões extraordinárias foram convocadas pela prefeita
Marta Suplicy. O reajuste do
IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) foi aprovado no ano
passado, mas continha distorções
que, caso não fossem corrigidas,
poderiam provocar aumentos de
até 250% no imposto para um
grupo de contribuintes.
Na semana passada, o Executivo enviou à Câmara projeto de lei
estipulando tetos de 20% e 25%
de aumento no IPTU, para imóveis residenciais e não-residenciais, respectivamente. Caso o
projeto não seja aprovado, 246,7
mil imóveis de São Paulo terão
aumentos superiores a 20%.
O governo precisa que o teto seja aprovado rapidamente porque
tem até o próximo dia 3 para enviar os carnês, segundo cronograma divulgado pela prefeitura.
Distração e correria
Ontem, a manobra tucana consistiu em pedir verificação de
quórum de surpresa. Do total de
55, é exigida a presença mínima
de 28 vereadores nas sessões extraordinárias. A tática do PSDB
funcionou porque os parlamentares costumam sair do plenário
durante as discussões que precedem a votação dos projetos.
São obrigatórias, pelo menos,
duas horas de debates antes de cada votação. Cientes disso, eles esperam os debatedores começarem a falar para sair do plenário,
na expectativa de que terão duas
horas "livres" pela frente.
Na última sessão, o vereador
Dalton Silvano (PSDB) esperou o
plenário esvaziar, nos minutos finais do discurso que fazia, para
pedir a verificação. Só 24 vereadores marcaram presença. Muitos
entraram correndo no plenário.
Mentor estava em seu gabinete,
no 11º andar, em reunião. "Tentei
descer de escada, mas não deu",
disse o líder do governo. Os vereadores têm três minutos, após o
pedido de verificação de quórum,
para marcar presença, o que fazem digitando uma senha no aparelho localizado em suas mesas.
A única proposta que o governo
conseguiu aprovar ontem foi a de
diminuição do intervalo entre
duas audiências públicas. De
acordo com o regimento da Câmara, são necessários dez dias entre uma audiência e outra.
Porém o projeto que estipula tetos para o aumento no IPTU tem
de ser aprovado até sexta-feira e a
primeira audiência pública foi feita há três dias. Com a aprovação
da redução do intervalo, a segunda audiência pôde ser marcada
para a próxima quinta, às 10h.
"Se a prefeita convocou sessões,
o PT tem de pôr vereadores aqui.
Nós, da oposição, não temos de
dar quórum para eles", disse Dalton Silvano, que defende rebaixar
o teto para os aumentos do IPTU
para 7%. "Eles [do PSDB" só ganharam tempo", disse Mentor,
que planeja aprovar o projeto hoje, em primeira votação, e na
quinta-feira, em segunda, horas
após realizar a audiência.
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