São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 2007

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Mãe que jogou bebê em lagoa é condenada

A ex-vendedora Simone Cassiano da Silva, 30, recebeu pena de oito anos e quatro meses de prisão; defesa irá recorrer

Jurados consideram-na culpada das acusações de tentativa de homicídio qualificado, com uso de meio cruel e contra descendente


THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A ex-vendedora Simone Cassiano da Silva, 30, acusada de, em 28 de janeiro de 2006, atirar a filha de dois meses na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, sentou-se das 9h de sexta às 12h45 de ontem no banco dos réus e foi condenada a oito anos e quatro meses de prisão em regime inicialmente fechado.
Após quase 28 horas de julgamento, os sete jurados do 1º Tribunal do Júri consideraram-na culpada das acusações de tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, com uso de meio cruel e contra descendente.
Ré primária, Simone também foi beneficiada por ter bons antecedentes. Contudo, a idéia da mãe zelosa e arrependida, que tentou passar no julgamento, não vingou. Prevaleceu a imagem da mulher que escondeu a gravidez do homem em cuja casa morava e já havia abandonado sua filha de 11 anos por um ano.
A sentença do juiz Leopoldo Mameluque, lida às 12h45 de ontem, apontou a "determinação da ré em subtrair" do namorado a notícia da existência da filha. Presa desde a ocorrência, Simone foi levada de volta à penitenciária feminina Estevão Pinto, na capital mineira.
O advogado de Simone, o recém-formado Mateus Vergara, anunciou que irá recorrer. "A pena foi muito longa, os jurados dormiram."
Simone não esboçou reação após a sentença.
Retirada da lagoa por um auxiliar de manutenção ajudado por um vigia de museu, a menina está sob guarda provisória de um casal desde fevereiro de 2006. Foi salva porque foi atada a um pedaço de madeira.
O bebê recebeu da Justiça o nome provisório de Letícia Maria Cassiano. Seu futuro ainda depende de três processos judiciais -Promotoria e pais adotivos querem destituir o poder pátrio de Simone; o pai e a madrasta de Simone também brigam pela guarda.
A defesa da ex-vendedora admitiu que Simone -que não a registrou e a chama de Yara- deve perder a guarda da filha.
No banco dos réus, Simone disse que entregou o bebê a um casal de mendigos que passava pela lagoa. O suposto casal nunca foi achado.


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