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Mãe que jogou bebê em lagoa é condenada
A ex-vendedora Simone Cassiano da Silva, 30, recebeu pena de oito anos e quatro meses de prisão; defesa irá recorrer
Jurados consideram-na culpada das acusações de tentativa de homicídio qualificado, com uso de meio cruel e contra descendente
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A ex-vendedora Simone Cassiano da Silva, 30, acusada de,
em 28 de janeiro de 2006, atirar
a filha de dois meses na lagoa da
Pampulha, em Belo Horizonte,
sentou-se das 9h de sexta às
12h45 de ontem no banco dos
réus e foi condenada a oito anos
e quatro meses de prisão em regime inicialmente fechado.
Após quase 28 horas de julgamento, os sete jurados do 1º
Tribunal do Júri consideraram-na culpada das acusações
de tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, com
uso de meio cruel e contra descendente.
Ré primária, Simone também foi beneficiada por ter
bons antecedentes. Contudo, a
idéia da mãe zelosa e arrependida, que tentou passar no julgamento, não vingou. Prevaleceu a imagem da mulher que
escondeu a gravidez do homem
em cuja casa morava e já havia
abandonado sua filha de 11 anos
por um ano.
A sentença do juiz Leopoldo
Mameluque, lida às 12h45 de
ontem, apontou a "determinação da ré em subtrair" do namorado a notícia da existência
da filha. Presa desde a ocorrência, Simone foi levada de volta à
penitenciária feminina Estevão Pinto, na capital mineira.
O advogado de Simone, o recém-formado Mateus Vergara,
anunciou que irá recorrer. "A
pena foi muito longa, os jurados dormiram."
Simone não esboçou reação
após a sentença.
Retirada da lagoa por um auxiliar de manutenção ajudado
por um vigia de museu, a menina está sob guarda provisória
de um casal desde fevereiro de
2006. Foi salva porque foi atada a um pedaço de madeira.
O bebê recebeu da Justiça o
nome provisório de Letícia Maria Cassiano. Seu futuro ainda
depende de três processos judiciais -Promotoria e pais adotivos querem destituir o poder
pátrio de Simone; o pai e a madrasta de Simone também brigam pela guarda.
A defesa da ex-vendedora admitiu que Simone -que não a
registrou e a chama de Yara-
deve perder a guarda da filha.
No banco dos réus, Simone
disse que entregou o bebê a um
casal de mendigos que passava
pela lagoa. O suposto casal nunca foi achado.
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