UOL


São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BARBARA GANCIA

Amante mudou de nome?

Impressiona a desenvoltura da mídia e dos envolvidos no caso dos grampos telefônicos na Bahia em tratar a senhora Adriana Barreto como "ex-namorada" de ACM.
Vem cá: o senador não é um homem casado? Então que história é essa de "ex-namorada"? Até prova em contrário, Adriana foi ou voltará a ser (se depender da vontade dos pais) a amante de ACM.
O senador é casado com dona Arlette Maron de Magalhães há mais de 50 anos. Que ninguém tenha se preocupado em ouvir o que pensa a sra. ACM, que a própria nem sequer tenha esboçado o desejo de se posicionar na história e que ela nunca chegue a ser citada nas reportagens que abordam mais este escândalo envolvendo Antonio Carlos Magalhães, só podem ser sintomas de um mesmo mal. O de que todos os envolvidos no caso ainda vivem no século 19.
O pai e a mãe de Adriana não falam mais com a filha. Que pai e que mãe em sã consciência prefeririam ver a jovem filha como amásia de um homem senil, adoentado e que já completou bodas de ouro a ser casada com o advogado jovem e bem-sucedido que a filha escolheu para marido? Ora, só aqueles pais cuja união adúltera da filha lhes proporcionasse regalias. Se isso é a elite baiana, choremos pela Bahia.

A guerra contra Saddam é apenas um pretexto para Bush colocar as mãos no petróleo iraquiano, certo? Se fosse assim, por que o Reino Unido estaria ajudando os EUA? Aliás, por que, de repente, os EUA iriam querer iniciar uma guerra para obter petróleo? Ah, sim, claro! Existe a noção de que Bush está a serviço das companhias petrolíferas. Mas, então, por que Bill Clinton e até Ted Kennedy o apóiam na empreitada contra Saddam?
Segundo Tony Jackson, colunista do "Financial Times", os grandes executivos das companhias de petróleo estão apreensivos com a possibilidade de uma guerra no Iraque. Os riscos seriam grandes demais e os lucros, incertos.
No "Jornal da Globo", William Waak fez as contas e chegou à conclusão de que a guerra pode custar mais do que todo o petróleo que se pode extrair do Iraque.
Mais: não foi a França que firmou enormes contratos de petróleo (via ELF Total Fina) com o Iraque? Não foi a França que ajudou o Iraque a desenvolver seu programa nuclear? E não foram França e Alemanha as maiores fornecedoras de componentes para a fabricação das armas biológicas de Saddam? Então, "vive la demagogie!".


Texto Anterior: Uso de terreno como garantia será apurado
Próximo Texto: Qualquer nota
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.