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São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2003

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Facções estão nos institutos

DA SUCURSAL DO RIO

Na sala de espera da 2ª Vara da Infância e da Juventude, localizada na zona norte do Rio, cerca de 15 adolescentes internos em unidades do Degase esperam sua vez para a audiência.
"Pegou o CV aí, pegou?", pergunta um, fazendo com as mãos as iniciais da facção criminosa CV (Comando Vermelho), no momento em que posa para as fotos. São, em média, 50 audiências diárias na 2ª Vara, onde vão parar casos de infrações cometidas por menores.
Do lado de fora, mães, pais, irmãos ou responsáveis também esperam. Querem saber se os jovens poderão ir para casa e apóiam o pedido da Defensoria Pública.
"Não entendo nada de lei, não, mas queria que o meu filho fosse comigo. Lá ele apanha muito", diz uma mãe, que se recusa a dar o seu nome e o do filho, detido por roubo a mão armada.
Ela reclama também que o Instituto Padre Severino, onde o filho cumpre a medida de internação, está frequentemente superlotado.
Em janeiro, segundo dados do próprio Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), havia 253 jovens naquela unidade, para 160 vagas.
Dentro das unidades, são frequentes as denúncias de tortura e os confrontos entre jovens integrantes de facções criminosas rivais. Os internos têm de ser separados de acordo com as facções a que dizem pertencer. (FE)


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