São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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Carmelitas abrem desfile de blocos no Rio

Centro e zona sul da cidade são os principais pontos de folia; organizadores do Bola Preta esperam reunir até 100 mil pessoas

DA SUCURSAL DO RIO

O Carnaval de rua no Rio de Janeiro começou no início da noite de ontem com a saída do bloco das Carmelitas. Desfilando pelas ruas de pedra de Santa Teresa, bairro histórico e boêmio na região central da cidade, a expectativa dos organizadores era reunir cerca de 5.000 pessoas.
O bloco das Carmelitas, menção ao convento da ordem na ladeira de Santa Teresa, é o mais movimentado da sexta de Carnaval. Os integrantes da bateria, fantasiados com um hábito religioso estilizado, realizaram dois ensaios neste ano (nas duas últimas sextas), lotando as ruas do bairro, onde sobrevivem os últimos bondes de transporte de passageiros.
Mais ou menos populares, com sambas inéditos ou marchinhas antigas, os blocos, cordões e bandas de rua do Carnaval do Rio têm atraído a cada ano mais foliões. Estão presentes tanto no subúrbio quanto nos bairros de classe média e alta da zona sul.
Hoje, pelo menos quatro grandes blocos vão invadir as ruas da cidade. Organizado por Nelson Rodrigues Filho, filho do escritor Nelson Rodrigues, o bloco Barbas desfila pelas ruas de Botafogo (zona sul) a partir das 15h.
Também sai hoje um mais tradicionais cordões do Rio, o Bola Preta, que completa 86 carnavais. Os organizadores esperam atrair cerca de 100 mil pessoas para as ruas do centro da cidade. A concentração do cordão é na Cinelândia, praça que concentra o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional e a Câmara Municipal.
"O Bola Preta é o quartel-general do Carnaval. É o bloco mais velho do Rio. O segredo do sucesso é porque tocamos de tudo", disse Gilson Miceli, vice-presidente do bloco. No Bola Preta, que sai às 9h, a presença de famílias e crianças é grande.
Outra campeã de público é a Banda de Ipanema, que desfila pelas ruas do bairro, concentrando-se na praça General Osório. Criada em 1965 por Albino Pinheiro, morto em 1999, a banda já foi tema de um documentário com o mesmo nome, do cineasta Paulo César Saracenni. A banda costuma atrair turistas. É famosa também por reunir o público GLS (gays, lésbicas e simpatizantes).
Assim como o Bola Preta, a Banda de Ipanema toca marchinhas, sambas-enredo e outros sucessos carnavalescos. A banda volta a desfilar pelo bairro na próxima sexta-feira. Porém, a maior parte dos blocos -como é o caso do Carmelitas- trazem um só samba, escolhido a cada ano.

Amanhã
Amanhã, as opções são muitas para os foliões. O Simpatia é Quase Amor, outro bloco tradicional, sairá às 17h em Ipanema. No mesmo bairro, se apresentará o "Que Merda é Essa?".
Atraindo mais o público jovem, o Monobloco desfila pela avenida Delfim Moreira (em frente à praia do Leblon) também a partir das 17h. Trata-se do bloco mais "pop" do Rio, misturando MPB, sambas e rock nacional. Outra atração para os jovens é o Sovaco do Cristo, que sai amanhã na rua Jardim Botânico (zona sul).


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