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MISTÉRIO
Equipe de Brasília será enviada ao local e vistoria será antecipada; para órgão, situação "já escapou de um padrão"
Ibama vai acompanhar investigação no zôo
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma equipe de Brasília do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis) vai acompanhar "in
loco" o caso de morte de animais
no Zoológico do Estado de São
Paulo. Para o órgão, a situação
"escapou de um padrão".
Responsável pelo registro de
zoológicos e criadouros de animais silvestres e exóticos no país,
a autarquia decidiu antecipar a
vistoria de rotina que faria no local até o final do ano. Dependendo do resultado das investigações,
o zoológico pode sofrer sanções.
Desde 24 de janeiro, 30 animais
morreram no local -oito entre
ontem e anteontem. Em pelo menos treze casos, há sinais de envenenamento (testes toxicológicos
positivos ou sintomas).
Uma das maiores preocupações
do Ibama é que a mortandade
atinja espécies ameaçadas de extinção, que ficam em área isolada
e fora de exposição. Na quinta-feira, a autarquia mandou dois técnicos especificamente para examinar a situação dos animais,
mantidos no zoológico para a reprodução.
Nas últimas semanas, técnicos
do Ibama de Brasília e de São Paulo fizeram visitas ao zoológico.
Agora, com o agravamento do caso, a autarquia decidiu manter
uma equipe permanente. "[A situação] já escapou de um padrão", diz o coordenador-geral de
Fauna do Ibama, Ricardo José
Soavinski. Ele afirma que é normal mortes ao longo do ano, mas
não tão concentradas.
Soavinski afirma que os zoológicos precisam seguir normas que
garantam bom tratamento aos
animais e a segurança dos visitantes. O controle dos roedores,
atraídos pelo alimento dos bichos, faz parte dessas regras.
"Eles acabam competindo com
os animais pela ração", diz Soavinski. Se a falta de controle de
roedores ameaça visitantes, o excesso põe em perigo os bichos.
Para isso, diz ele, existem protocolos de manejo que também
controlam o tipo de substância
que pode ou não ser utilizada no
combate às pragas.
Listagem
Até agosto, a Coordenação de
Fauna quer implantar um sistema
de controle de todas as espécies
em cativeiro do país.
A listagem de animais existentes, de nascimentos e de mortes,
tem por objetivo principal combater o tráfico de espécies, mas
também irá identificar, com
maior rapidez, anormalidades como a morte em massa que ocorre
em São Paulo.
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