São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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Na Rio-Santos, policial é morto em falsa blitz

DA SUCURSAL DO RIO

Um grupo de 15 homens armados com fuzis e pistolas e usando camisas e bonés da Polícia Federal realizou uma falsa blitz na madrugada de ontem, no km 428 da rodovia Rio-Santos, altura de Saí, distrito de Mangaratiba (a 70 km do Rio de Janeiro).
Os criminosos assaltaram pelo menos 30 motoristas e mataram um policial civil. Um policial militar e um guarda municipal foram agredidos e veículos foram roubados e depenados. A ação durou cerca de 40 minutos.
A Polícia Civil informou suspeitar que os criminosos sejam traficantes que atuam em favelas da zona oeste do Rio já que, na blitz, eles utilizaram carros que foram roubados anteriormente no bairro de Bangu. Foi a segunda falsa blitz na rodovia desde dezembro.
A ação ocorreu por volta das 2h30. Segundo a Polícia Civil, o grupo rendeu primeiramente uma patrulha da Guarda Municipal de Mangaratiba e agrediu o vigilante Leandro Couto dos Santos. Em seguida, os criminosos colocaram o veículo com o giroscópico - sinaleiro luminoso que fica no teto- ligado atravessado na estrada para parecer uma blitz.
Todos os motoristas que passavam pelo local eram obrigados a encostar os veículos no acostamento da estrada.
O inspetor Marcel Leal Layson, da 165ª DP (Mangaratiba), decidiu parar o carro por acreditar que a blitz era verdadeira. Ao abordarem o policial, os criminosos viram sua carteira funcional e o mataram com um tiro na cabeça. Ele foi o décimo policial a ser assassinado no Rio de Janeiro nos últimos dez dias.
Ao perceber que se tratava de uma falsa blitz, o sargento da Polícia Militar Albes Ribeiro, que estava dentro de uma van, atirou sua carteira para fora do veículo para não ser agredido, mas não adiantou. Ele levou coronhadas e teve a arma roubada.
À tarde, a polícia conseguiu recuperar, em Bangu (zona oeste), dois carros -um Escort e um Corsa- que foram utilizados na falsa blitz. Os policiais não souberam informar quantos veículos foram roubados durante a ação. (MARIO HUGO MONKEN)


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