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Capitão é investigado pela morte de coronel
A polícia também apura a participação de um sargento, filho de um oficial reformado da Polícia Militar, no assassinato
Os dois suspeitos seriam integrantes de um esquema de arrecadação de dinheiro com o jogo ilegal e extorsão de dinheiro de traficantes
ANDRÉ CARAMANTE
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia investiga um capitão da corporação e um sargento, filho de um oficial reformado da PM, por suspeita de participação no assassinato do coronel José Hermínio Rodrigues,
48, ocorrido em 16 de janeiro.
As investigações apontam
que o capitão (que não teve sua
identidade confirmada pela
Folha até agora) e o 2º sargento Lelces André Pires de Moraes Júnior são suspeitos de
comandar um grupo de policiais que exploram caça-níqueis, jogo do bicho e extorsão
de dinheiro contra traficantes
da zona norte de SP.
Em alguns casos, segundo a
investigação, PMs da região seriam donos de máquinas caça-níqueis; em outros eles dariam
proteção aos donos dos equipamentos e também aos bicheiros da região. Dos traficantes,
os PMs exigiriam dinheiro para
fazer vista-grossa para as bocas-de-fumo.
Em meio às contravenções,
os PMs são suspeitos de matar
quem tentasse furtar ou roubar
os caça-níqueis, bancas do jogo
do bicho e também os traficantes que passassem a se recusar
a pagar propina. O coronel teria sido morto por tentar evitar
o esquema.
Em 1º de fevereiro de 2007,
seis jovens foram mortos e um
sétimo foi baleado num atentado ocorrido numa escadaria do
Jardim Elisa Maria (zona norte). Um dos mortos, Francisco
Itamar Lima da Silva, 17, era o
alvo dos assassinos.
O motivo apontado pela investigação: dias antes do crime,
ele tentou furtar uma máquina
caça-níquel que estava na padaria Light, no mesmo bairro.
A máquina seria controlada
por PMs da área.
A polícia apura a participação no crime de um PM da Rota (Rondas Ostensivas Tobias
de Aguiar) e dois outros do serviço secreto do 9º Batalhão,
também na zona norte. Um
carro da Rota é suspeito de ter
dado cobertura ao crime.
O 2º sargento é filho do coronel reformado pela PM Lelces
André Pires de Moraes que já
ocupou o mesmo cargo Rodrigues à frente do comando da
PM em toda a zona norte.
Ex-integrante da Rota, espécie de tropa de elite da PM paulista, o 2º sargento teve duas
pistolas 380 mm apreendidas
pela corregedoria na casa onde
vive com a família, também na
zona norte, dois dias após o assassinato de Rodrigues. As armas são particulares e do mesmo calibre que a usada para
matar o oficial.
Já há há sete policiais militares do 18º batalhão presos por
suspeita de integrarem um
grupo de extermínio na zona
norte. O capitão e o 2º sargento
também são investigados por
participação neste grupo.
Ontem, a Justiça decretou a
prisão de três PMs do 9º Batalhão. Eles são acusados de participar de um atentado em 12
de fevereiro de 2007, também
na zona norte. À época, o comando da área estava com o
coronel Rodrigues. Duas pessoas morreram na ação.
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