DA REPORTAGEM LOCAL

O Sindicato dos Médicos de São Paulo classificou como "autoritária" a decisão do governo estadual de fiscalizar os médicos que concedem licenças aos servidores públicos.
A Folha informou ontem que a Secretaria de Gestão do governo José Serra (PSDB) irá criar um banco de dados informatizado a partir do qual será possível verificar quem são os médicos campeões em concessão de autorização de ausência.
Os profissionais que tiverem resultados discrepantes da média serão investigados pelo Departamento de Perícias Médicas. Comprovada a irregularidade, o médico será afastado.
A medida foi tomada após a constatação do próprio governo de que houve, em três anos, aumento de 10% nas ausências sob justificativa médica.
Em nota, o presidente do Simesp (sindicato dos médicos), Cid Carvalhaes, afirmou que "o governo deveria ser mais criativo e menos ameaçador".
Para ele, as ausências dos servidores públicos sob justificativa médica podem estar crescendo "em função das condições de trabalho, ausência de plano de cargos, carreira e salários e ineficiência de uma política de recursos humanos do governo do Estado".
O presidente do sindicato disse ainda que "fiscalizar somente os médicos é uma postura autoritária".

Outro lado
O secretário de Gestão, Sidney Beraldo, afirmou que o governo está preocupado em melhorar a qualidade do serviço oferecido e por isso quer diminuir o número de ausências.
Sobre as condições de trabalho dos servidores, Beraldo disse que o Estado pretende ampliar os programas de prevenção de doenças. (FÁBIO TAKAHASHI)


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