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Adolescente fica grávida em cadeia de MG
Jovem de 16 anos foi colocada em unidade carcerária comum, com outros detentos; segundo o governo, ela estava em cela separada
Pais da garota afirmam que a adolescente foi estuprada dentro da cadeia, de onde já foi transferida; Polícia Civil está investigando o caso
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma adolescente de 16 anos
ficou grávida enquanto estava
em uma cela de uma unidade
carcerária de Pedra Azul (720
km de Belo Horizonte).
A adolescente foi encaminhada à carceragem da delegacia do município, em maio do
ano passado, por sete atos infracionais, incluindo furto, roubo e extorsão. Apesar de sua
idade, foi colocada em uma unidade carcerária comum, com
outros detentos, o que é vetado
pelo ECA (Estatuto da Criança
e do Adolescente).
Segundo a Secretaria da Defesa Social do Estado, a jovem
ficou em uma cela separada dos
demais presos. O local tem capacidade para 30 pessoas, mas,
segundo a gestão Aécio Neves
(PSDB), está com 75 presos,
dos quais dois são adolescentes
-mantidos em celas separadas.
A Polícia Civil de Minas Gerais investiga o caso. A adolescente foi transferida apenas em
dezembro para o Centro de
Reeducação Social São Jerônimo, em Belo Horizonte, a pedido da Comarca de Pedra Azul.
A Secretaria da Defesa Social
de Minas Gerais confirma que a
garota está grávida. Estima-se
que ela esteja com quatro meses de gestação.
Os pais da adolescente dizem
que ela foi vítima de estupro
por outro detento. Em depoimento à polícia, no entanto, a
jovem disse que mantinha um
relacionamento amoroso com
um dos presos, que, segundo
ela, é seu namorado.
Para o ingresso na unidade
de Belo Horizonte, a jovem foi
submetida a testes médicos que
constataram a gravidez. Ela está recebendo acompanhamento pré-natal da equipe médica
do centro de reeducação, segundo a secretaria. Em janeiro,
o delegado de Pedra Azul, Cléber José da Silva, abriu sindicância administrativa para
apurar as circunstâncias que
resultaram na gravidez.
Falhas
A Corregedoria Geral da Polícia Civil abriu inquérito policial para investigar as falhas
que permitiram contatos íntimos entre a jovem e um dos detentos. O ECA proíbe que jovens dividam o mesmo espaço
de reclusão com detentos de 18
anos ou mais.
O caso também foi relatado
ao Juizado da Infância e Juventude de Minas Gerais e ao Ministério Público Estadual. Os
órgãos aguardam atestados da
gravidez para se manifestarem.
Segundo a Secretaria da Defesa Social, a permanência da
jovem na cadeia pública por
cerca de sete meses não fere
seus direitos, já que não existe
centros de reeducação na cidade. Em nota, a secretaria afirma
que não há registros de detentos do sexo masculino e feminino dividindo celas no Estado.
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